A sonda Rosetta vai deixar saudades…
Nos 2 anos que esteve na órbita do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, ela nos presenteou com dados espetaculares que contam a história do Sistema Solar, e obviamente com imagens, que até então só existiam na imaginação dos astrônomos.
E em Fevereiro de 2016, a Rosetta registou uma explosão no cometa, algo que os cientistas só imaginavam como seria ver de perto.
Alguns cometas apresentam esse tipo de explosão, e muitas já foram registadas, mas de um ponto de vista bem distante, daqui da Terra, nunca a uma distância de 30 km do cometa e com um conjunto de instrumentos estudando essa explosão em tempo real.
A explosão detectada pelos instrumentos da Rosetta, aconteceu no dia 19 de Fevereiro de 2016, às 06:40 (hora de Brasília).
A explosão foi tão intensa que saturou as medidas nos instrumentos da sonda.
O núcleo no momento da explosão emitiu 6 vezes mais poeira do que o normal, o gás no plasma aumentou de um fator de 1.5 a 2.5 , e a temperatura no gás ao redor do cometa aumentou cerca de 30 graus.
Da Terra, os astrônomos que monitoram o cometa também notaram um aumento na densidade da coma dias depois da explosão.
O mais surpreendente é que os cientistas conseguiram identificar a fonte dessa explosão.
Provavelmente ela teve origem num talude íngreme localizado no lobo maior do cometa.
A explosão começou quando essa região emergiu da sombra, sofreu um stress térmico (aqueceu repentinamente), e isso causou um deslizamento de terra. Esse deslizamento expôs o gelo de água fresco diretamente à iluminação solar.
O gelo então imediatamente se transformou em gás, arrastando com ele a poeira ao redor e produzindo os detritos detectados pela Rosetta.
Isso pode ajudar muito os cientistas a entenderem cada vez melhor os cometas, e entendendo os cometas, estamos entendendo melhor a história do início do nosso Sistema Solar, pois são essas bolas de gelo sujo que guardam toda a história dos 4.5 bilhões de anos de vida do nosso sistema.
Fonte: ESA
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