Astrônomos usaram dois dos maiores observatórios do mundo, o Gemini Norte e Keck, ambos em Mauna Kea no Hawaii, para registar uma galáxia que é constituída principalmente de matéria escura.
A galáxia se chama Dragonfly 44 e se localiza na direção da constelação da Coma.
Embora não muito distante, essa galáxia só foi descoberta em 2015, pelo facto de ser muito ténue.
O que chamou a atenção dos astrônomos é que a galáxia tem poucas estrelas, que seriam rapidamente arrancadas dali ou separadas, a menos que algo estivesse mantendo-as unidas. E esse algo é justamente a matéria escura.
Os astrônomos resolveram então medir a quantidade de matéria escura na Dragonfly 44, usando para isso o espectrógrafo DEIMOS, instalado no Keck II.
Assim, por um período de 33.5 horas, eles mediram a velocidade das estrelas e puderam determinar a massa da galáxia. O movimento das estrelas nos diz qual a massa da galáxia, independente do que seja essa massa.
Na Dragonfly 44, as estrelas se movem muito rapidamente, o que não condiz com a quantidade de estrelas observadas, ou seja, a massa medida é muito maior do que a massa medida somente com as estrelas.
A massa da galáxia é um trilhão de vezes a massa do Sol, parecido com a Via Láctea.
No entanto, somente um centésimo de 1% dessa massa está na forma de matéria normal, e 99.99% está na forma de matéria escura.
Com o instrumento GMOS do Gemini, os astrônomos fizeram imagens da galáxia e do halo de aglomerados estelares esféricos ao redor do seu núcleo, mostrando que uma fração relativamente grande de estrelas está na forma de aglomerados compactos.
Essa descoberta é muito importante pois sugere um novo tipo de objeto massivo para ser estudado: objetos mais próximos e maiores que podem finalmente revelar a natureza da matéria escura.
Fonte: Astronomy Now
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