Em meados de 1800, os astrônomos que estavam pesquisando os céus do hemisfério sul, notaram algo estranho.
No decorrer de poucos anos, uma estrela até então tranquila, começou a ficar cada vez mais brilhante, brilhando mais que Sirius, até que se apagou, por décadas não sendo vista nem a olho nu.
Qual é essa estrela? Eta Carinae.
E o que aconteceu? Uma explosão de supernova?
Não foi bem isso, é o que dizem as pesquisas, que apelidaram a estrela de uma impostora de supernova.
Em meados do século 20, ela começou a ganhar brilho novamente.
O evento do século 19 é conhecido como a Grande Erupção, e o resultado disso pode ser visto hoje, fazendo com que Eta Carinae seja um dos objetos mais celebrados no céu do hemisfério sul.
A nebulosa ao redor começou a ser chamada de Homunculus.
Tem uma forma de ampulheta e é muito bonita de ser vista.
O que os pesquisadores descobriram agora com dados do Hubble, é que a Grande Erupção de Eta Carinae foi somente uma de uma série de explosões que a estrela apresentou, desde o século 13.
Analisando a taxa de expansão do gás os cientistas concluíram que deve ter existido uma explosão no século 13 e uma no século 16 antes da Grande Erupção.
O facto da Nebulosa do Homunculus ser um objeto muito observado e fotografado ajudou bastante na pesquisa, pois os cientistas acabaram tendo uma grande quantidade de dados para analisar.
Alinhando as imagens de épocas diferentes, eles conseguiram rastrear o movimento de 800 aglutinações de gás que foram ejetadas durante as diferentes épocas.
As análises mostram que a Nebulosa do Homunculus e a Grande Erupção do século 19 são só parte da história.
Outras duas grandes erupções, ocorridas 600 e 300 anos antes da Grande Erupção, também aconteceram.
Além disso, os pesquisadores também descobriram que a geometria das explosões foram diferentes.
Os astrônomos ainda estão tentando entender o mecanismo que funciona em Eta Carinae, e isso pode ser crucial para entender o que acontece na vida das estrelas de grande massa, principalmente nas instáveis fases finais.
A luz de Eta Carinae leva 7.000 anos para chegar na Terra, ou seja, ela já pode ter se tornado uma supernova agora, mas nós só vamos saber daqui a 7.000 anos.
Talvez Eta Carinae seja um subtipo de supernova que sofre violentas erupções antes de finalmente explodir. Esse tipo já foi identificado, mas Eta Carinae seria o nosso exemplo mais próximo.
Fontes: University of Arizona, Artigo Científico
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