Vocês lembram das ravinas, as gullies, aquelas marcas que existem nos taludes das crateras marcianas?
Uma dessas feições pode agora ser estudada pela primeira vez em detalhe.
O feito será realizado pelo rover Opportunity, um pequeno jipe robô que explora Marte há 12 anos.
O Oppportunity irá agora visitar o interior da cratera que ele tem estudado nos últimos 5 anos.
Essas atividades, de explorar o interior da cratera e estudar as ravinas, fazem parte da extensão de missão em 2 anos, que começou a 1 de Outubro de 2016.
Só para lembrar: o Opportunity foi lançado a 7 de Julho de 2003, chegou em Marte a 24 de Janeiro de 2004, e a sua missão original era explorar o Planeta Vermelho por 92.4 dias terrestres. E já lá vão 12 anos.
O Opportunity tem explorado a Cratera Endeavour, uma cratera com 22 km de diâmetro.
E nesse local já identificou a evidência de um antigo ambiente onde a água ácida existia.
Depois de estudar o anel da cratera, chegou a hora do rover descer pelo talude e explorar o interior da cratera.
Para descer, os pesquisadores escolheram um caminho que passa por uma ravina que tem a extensão de aproximadamente 2 campos de futebol.
As ravinas foram identificadas em Marte pela primeira vez na década de 1970, mas só foram estudadas até ao momento a partir da órbita de Marte.
O Opportunity será o primeiro a explorar in situ essas feições tão importantes para que possamos entender ainda mais sobre o passado de Marte.
Muito provavelmente, essas ravinas foram escavadas por algum tipo de fluido. Os pesquisadores pensam que o fluido seja a água.
Para comprovar isso, eles vão atrás das rochas ricas em sulfatos, pois esses tipos de rochas é que se formam na presença de água.
Essas ravinas são parecidas, mas não são as mesmas que as RSLs. Essas últimas seriam ravinas, digamos, ativas, e essas correm o risco de serem contaminadas. Já a que será explorada pelo Opportunity não é uma RSL e esse risco de contaminação não existe.
Embora não seja ativa, ela pode nos ajudar a entender muito sobre o ambiente em que foram formadas, o tipo de processo que as formou e trazer mais uma evidência forte de que no passado a água era um elemento comum no hoje seco planeta Marte.
Fonte: NASA
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