As estrelas não são esferas perfeitas.
À medida que elas executam o movimento de rotação, devido à força centrífuga, elas sofrem um processo que as deixa um pouco ovaladas.
O Sol, por exemplo, tem um período de rotação de cerca de 25 dias, e tem um raio no equador que é 10 km maior do que nos polos. No caso da Terra, essa diferença é de 21 km.
Com isso em mente, pode surgir a seguinte questão: qual seria o objeto mais esférico do universo, ou seja, aquele em que a diferença do raio no equador e nos polos fosse a menor? E como medir essa diferença?
Vamos começar pela última pergunta.
Existe uma técnica de astrofísica chamada de asterosismologia: é como se fosse o estudo de sismos estelares, ou seja, as oscilações que existem nas estrelas.
Essas oscilações afetam de forma diferente cada latitude da estrela, e quando ocorrem essas oscilações elas causam também uma variação no brilho das estrelas.
Assim, uma equipa de pesquisadores resolveu apontar o Kepler para uma estrela localizada a 5000 anos-luz de distância da Terra, conhecida como Kepler 11145123.
Após monitorarem a variação de brilho da estrela por 4 anos, conseguiram medir a esfericidade dela.
Essa estrela tem uma diferença de raio entre o equador e o polo igual a 3 km, o que faz com que essa estrela seja o objeto mais esférico já observado até ao momento.
Um ponto interessante: se a esfericidade da estrela fosse medida com base no seu movimento de rotação, a diferença seria maior.
O que faz com que ela seja mais esférica, é a presença de um campo magnético intenso na estrela.
Os astrônomos pretendem aplicar essa técnica em outras estrelas, e depois usar as missões futuras como a TESS e a PLATO para fazer o mesmo tipo de estudo.
Um ponto importante desse estudo é que ele mostra que é possível usar uma técnica até então muito restrita e difícil de ser aplicada, de forma mais fácil e com resultados importantes.
É o estudo da sismologia estelar ganhando um espaço importante nas pesquisas astrofísicas.
Fonte: Phys.org
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