Como os planetas gigantes gasosos como Saturno e Júpiter se formam?
Essa é uma pergunta intrigante.
Existem duas hipóteses/modelos em relação à formação desses planetas gigantes:
A primeira hipótese diz que um núcleo sólido é formado com aproximadamente 10 vezes a massa da Terra, e depois, como esse núcleo já é grande, ele consegue atrair cada vez mais material para formar um planeta gigante. Essa primeira hipótese tem o nome: acreção de núcleo.
A segunda hipótese diz que o disco gasoso ao redor da jovem estrela, é tão massivo que começa a formar aglutinações de matéria. Essas aglutinações, como na formação das estrelas, começam a sucumbir pela própria gravidade, formando assim um planeta gasoso. Essa segunda hipótese tem o nome: instabilidade de disco.
Qual delas é a mais correta?
Para tentar responder a essa pergunta, um grupo de pesquisadores realizou a mais complexa e mais precisa simulação computacional até hoje, sobre a formação de planetas gigantes gasosos.
Um resultado importante da simulação foi mostrar que existe uma diferença significativa de temperatura entre os dois processos: na acreção de núcleo, temos o gás aquecido a centenas de graus Kelvin; e na instabilidade de disco, o gás permanece frio a cerca de 50 K.
Realizando observações de discos protoplanetários, e medindo a temperatura, os pesquisadores concluíram que o modelo que mais se adapta aos dados é o da acreção de núcleo.
Outro resultado importante dessa simulação, mostrou que a massa do disco é semelhante em ambos os casos.
Os pesquisadores mostraram também com as simulações, que durante o processo de formação, existe a geração de uma onda de choque luminosa, que pode levar a uma falsa aparência de formação dos planetas, sobre-estimando sua massa.
A realização destas simulações é algo muito complexo: as equações são muito complicadas, para que representem todos os fenômenos físicos que acontecem; e além disso, o tempo computacional é muito longo.
Neste caso, foram 9 meses rodando a simulação no super-computador mais moderno e mais rápido da Europa.
As simulações da instabilidade de disco, por exemplo, não cobrem um tempo suficiente. Pode ser que a formação desses planetas gigantes aconteça em duas fases.
O que os cientistas esperam é rodar um modelo mais completo e por mais tempo num computador ainda melhor.
Por enquanto, um ponto para a hipótese de acreção de núcleo.
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