Um breve olhar pelo aglomerado de galáxias da Fornalha

Aglomerado da Fornalha. Imagem HD. Aquisição: iTelescope – Portugal. Processamento: Ruben Barbosa.

O aglomerado de galáxias da Fornalha foi o destino escolhido pelo Grupo iTelescope – Portugal para o seu 4º trabalho. Localiza-se a cerca de 65 milhões de anos-luz, no Hemisfério Sul e é o segundo enxame galático mais próximo da Terra. Devido a essa proximidade, é aqui que os astrónomos têm procurado respostas quanto à formação e evolução dos enxames galáticos.

Estruturas como esta são bastante comuns no Universo e ilustram bem a influência poderosa que a gravidade exerce ao longo de grandes distâncias, provocando a junção de massas enormes de galáxias numa só região.

Os aglomerados de galáxia possuem caracteristicamente as seguintes propriedades: entre 50 a 1 000 galáxias, massa total de 1014 a 1015 massas solares, diâmetro típico de 2 a 10 Mpc e os seus componentes principais são: 1% de galáxias, 9% de gás e poeira e 90% de matéria escura.

O enxame da Fornalha contém cerca de 60 galáxias, representadas na imagem por manchas amareladas, a que acrescem outras tantas de muito menor dimensão. Destacam-se os seguintes objetos:

  • NGC 1399, localiza-se no seu centro (no meio dos três glóbulos difusos brilhantes que podem ser vistos à esquerda da imagem). Admite-se que aqui seja um local de canibalismo galático, sendo a evidência mais forte atribuída a uma ponte azul, não visível nesta imagem, possivelmente formada por estrelas jovens, que a liga à NGC 1387;
  • NGC 1404 é uma galáxia elítica com magnitude aparente de 10.3;
  • NGC 1427 também é elítica, possui magnitude de 12,6, está a aproximadamente 71 milhões de anos luz de distância e move-se no sentido do aglomerado; e
  • NGC 1365, uma majestosa galáxia espiral barrada, com cerca de 200.000 anos luz de diâmetro, visível no canto inferior direito. Um olhar mais pormenorizado sobre a NGC 1365 revela regiões de intensa formação de estrelas nas extremidades da proeminente barra,  ao longo dos braços espirais e nuvens de poeira que atravessam o seu núcleo brilhante. Dado tratar-se de um objeto relativamente próximo à escala astronómica, a medição da sua velocidade e distância ajudam os cientistas a estimar a velocidade de expansão do Universo. Já foram observadas 3 supernovas: SN 1957C em 1957, SN 1983V em 1983 e SN 2001du em 2001.

Seguem-se os processamentos efetuados por membros do grupo iTelescope-Portugal:

Telescópio – Takahashi FSQ 106ED
Montagem – Paramount ME
Camara – FLI Microline 16803

20 x Luminância 300s Bin 1×1
15 x canal R G B 180s Bin 2×2

Imagem HD obtida pelo grupo iTelescope – Portugal. Processamento Carlos Soares.

Imagem HD obtida pelo grupo iTelescope – Portugal. Processamento Carlos Soares.

Imagem obtida pelo grupo iTelescope – Portugal. Processamento Cédric Pereira.

Imagem HD obtida pelo grupo iTelescope – Portugal. Processamento Cédric Pereira.

O grupo iTelescope – Portugal é constituído por mais de uma dezena de astrónomos amadores e tem como objetivo aprofundar as competências adquiridas, a partilha de conhecimentos, promover a cultura científica através da astronomia e contribuir para uma melhor compreensão dos fenómenos astronómicos.

Plataforma “O Universo em Fotografia”.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.