O planeta Terra e o planeta Marte possuem algumas feições, principalmente geológicas, muito parecidas.
Uma dessas feições é as calotas polares marcianas, muito parecidas com as calotas polares terrestres.
Porém as calotas polares marcianas possuem algumas diferenças marcantes.
A principal diferença é que além de gelo de água, as calotas marcianas possuem uma grande quantidade de gelo de dióxido de carbono, o famoso gelo seco.
Os cientistas planetários conhecem relativamente bem o que se passa na superfície das calotas polares marcianas, como elas se alteram de acordo com as estações do ano e como elas interagem com o ambiente em Marte.
Porém, desconhecia-se o que existia escondido na subsuperfície dessa região do Planeta Vermelho.
Mas desde a chegada da sonda MRO que esse cenário vem mudando. A sonda já passou mais de 2000 vezes sobre os polos de Marte e adquiriu dados suficientes para os cientistas estudarem a subsuperfície das regiões polares.
Os dados foram adquiridos por um instrumento que a MRO carrega chamado de SHARAD, um radar raso, que faz em Marte o mesmo que os levantamentos sísmicos fazem aqui na Terra, ou seja, tiram como se fosse uma radiografia da subsuperfície.
Graças ao facto da sísmica ser uma área muito desenvolvida atualmente, para que vocês tenham ideia é a técnica mais vastamente usada na busca por petróleo, existe uma grande variedade de métodos para se tratar o dado sísmico, que podem extrair informações escondidas nessa verdadeira massaroca de informações.
O volume trabalhado de dados sísmicos marciano foi 600 vezes maior que os volumes sísmicos tradicionalmente trabalhados na Terra. E isso só foi possível de ser feito pelo facto da tecnologia de análise de dados estar muito avançada nessa área da sísmica.
E depois de analisarem esses dados, o que os cientistas planetários descobriram?
Os cientistas puderam ver algumas feições até então desconhecidas, incluindo possíveis crateras de impacto e vastas camadas de gelo que provavelmente marcam as eras de mudanças climáticas em Marte.
Os resultados mostraram também uma grande quantidade de dióxido de carbono congelado armazenado na subsuperfície da calota polar sul de Marte.
Esses resultados são de suma importância para entender um pouco melhor a idade das feições geológicas, já que a contagem de crateras é uma técnica usada para isso, além de melhorar o entendimento sobre as mudanças climáticas que afetaram Marte, transformando um planeta até então habitável num mundo seco e frio como é hoje.
Fontes: Comunicado de Imprensa, Seeker
1 comentário
Professor e quanto a esses ” volumes sísmicos” tem alguma ligação com terremotos?