Hubble ajuda Voyager na sua viagem interestelar

Créditos: NASA, ESA, e J. Zachary e S. Redfield (Wesleyan University); ilustração artística: NASA, ESA, e G. Bacon (STScI)

Em 1977, a NASA lançou as sondas Voyager 1 e 2, ambas exploraram Júpiter e Saturno, e a Voyager 2 ainda fotografou bem de perto Urano e Netuno, numa missão que ficou conhecida como o Grand Tour pelo Sistema Solar.

Atualmente as sondas Voyager estão explorando a borda mais externa do domínio solar.

A sonda Voyager 1 está a aproximadamente 26 bilhões de quilômetros da Terra, tornando-se a sonda mais distante já enviada pelo homem para o espaço.
Ela está entrando no espaço interestelar, a região entre as estrelas que é preenchida com gás, poeira e material reciclado de estrelas mortas.
Em aproximadamente 40.000 anos, ela passará a 1.6 anos-luz de distância da estrela Gliese 445 na constelação de Camelopardalis.

Já a Voyager 2 está a aproximadamente 21 bilhões de quilômetros da Terra, e em 40.000 anos passará a 1.7 anos-luz de distância da estrela Ross 248.

Nenhuma das duas estará operacional nesse momento.

Crédito: NASA, ESA, e Z. Levy (STScI)

Nos próximos 10 anos as sondas Voyager irão fazer medidas do material interestelar, dos campos magnéticos e dos raios cósmicos, ao longo de suas trajetórias.

O que esperar desse meio interestelar?

Os astrônomos estão usando o Hubble para ajudar a traçar o caminho das sondas Voyager: com isso é possível caracterizar o ambiente onde as sondas estão entrando.

Numa análise preliminar dos dados, os astrônomos já sabem que a ecologia interestelar é rica e complexa: contém múltiplas nuvens de hidrogênio e de outros elementos.

O Hubble descobriu que a Voyager 2 irá navegar para fora da nuvem interestelar que circunda o nosso sistema solar em alguns milhares de anos. E com base nos dados do Hubble, a previsão é que a sonda passe cerca de 90.000 anos na segunda nuvem antes de atingir uma terceira nuvem interestelar.

Além disso, a combinação dos dados do Hubble com os dados da Voyager podem mostrar como é o ambiente por onde o nosso Sol viaja pelo espaço interestelar.

De acordo com as análises, o Sol está passando por uma região de material mais condensado, o que pode afetar a heliosfera, ou seja, a bolha de influência do vento solar.

Estudando a heliopausa, ou seja, o limite da heliosfera, os astrônomos mostraram que a heliosfera comprime quando o Sol passa através de material mais denso, mas expande novamente quando a estrela passa por uma região de menor densidade de material.

Essa expansão e contração é causada pela interação entre a pressão do vento solar e a pressão do material no meio interestelar.

Os astrônomos estão atualmente tendo uma chance única, comparando medidas in situ feitas pelas sondas Voyager com medidas feitas pelo Hubble. Com isso, eles conseguirão caracterizar essa longínqua região do nosso Sistema Solar e entender melhor o que acontece no espaço entre duas estrelas.

Fonte: Hubblesite

4 comentários

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    • Reinaldo da Silva on 12/01/2017 at 23:56
    • Responder

    Professor quanto a outra sonda, a nossa também querida New Horizons quanto tempo ela levará para deixar o limite de nosso Sistema Solar?

    1. Elas não vão na mesma direção…

      Qual dos limites do sistema solar? 😉

        • Reinaldo da Silva on 14/01/2017 at 01:12

        Eu entendo elas não vão na mesma direção. Mas assim, quando a ciência poderá de fato afirmar : “Em tal ano a New Horizons deixará o sistema solar”

      1. Mas continua a questão sobre o limite do sistema solar. Onde o colocar? 😉

        Em 2040 estará no espaço interestelar, onde está a Voyager 1 agora.

        abraços

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