Embora existam mais de 3000 exoplanetas confirmados, caçar, identificar e comprovar a presença de um não é algo tão trivial como parece; muito pelo contrário, é uma tarefa muito trabalhosa.
É difícil observá-los diretamente, e sempre estamos buscando por algum tipo de efeito que possa ser causado pela presença de um: uma queda no brilho da estrela, uma variação na sua posição, ou até mesmo em casos extremos pela influência desse planeta no disco de gás e poeira ao redor da estrela.
Os astrônomos então montaram a seguinte hipótese: seria possível identificar um exoplaneta gerando uma sombra sobre o disco de poeira e gás de uma estrela?
Para responder a essa questão, nada melhor do que estudar uma estrela relativamente nova, e que já foi estudada por alguns instrumentos.
Os astrônomos escolheram a estrela TW Hydrae, que tem seus 8 milhões de anos de vida e ainda é circundada pelo seu disco de poeira.
Essa estrela já foi estudada pelo ALMA, que detectou no disco as marcas relativas à presença de exoplanetas.
Como ela é uma estrela jovem, ela desperta interesse em ser estudada.
Os astrônomos então buscaram nos arquivos do Hubble por imagens feitas dessa estrela.
Os astrônomos conseguiram imagens num período de 16 anos, de 2000 até 2016.
E ao analisar tudo eles tiveram uma grata surpresa: o disco da estrela apresentava uma variação de brilho, uma estrutura que lembrava muito uma sombra.
Esse tipo de feição é relativamente comum em estrelas jovens, mas o que chamou a atenção dos astrônomos é que essa estrutura se movia e depois voltava para a posição original. Além disso, o movimento era muito mais rápido do que o calculado para ser o movimento simplesmente do disco.
Analisando as imagens, os astrônomos chegaram à conclusão que o que estava causando essa estrutura era algo presente de forma profunda no disco de poeira e gás, que literalmente torcia o disco e causava essa estrutura.
Mas o que estaria torcendo o disco?
Muito provavelmente esse tipo de efeito é causado pela presença de um planeta mergulhado no disco de poeira e gás da estrela.
Esse planeta estaria a uma distância de 200 milhões de km da estrela e teria o tamanho aproximado de Júpiter.
Esse estudo é muito importante pois mostra que o Hubble pode ser usado para caçar exoplanetas, o que ajuda e muito no processo que é muito trabalhoso.
Além disso, apresenta uma nova técnica para buscar exoplanetas nas proximidades da estrela, o que é mais complicado ainda.
E também mostra uma nova abordagem para se localizar exoplanetas em estrelas jovens que ainda estão circundadas pelo seu disco de poeira e gás.
O Hubble, mais uma vez, nos mostrando que tem muita lenha para queimar!!
Fonte: Hubblesite
1 comentário
Muito.legal.isso.ne.da.ate.um.frio.na.barriga