Como observar o universo distante e conseguir estudar as propriedades dos objetos observados?
A resposta é: utilizando as chamadas lentes gravitacionais. As lentes gravitacionais são fenômenos descritos por Albert Einstein na sua Teoria Geral da Relatividade.
Esse efeito acontece quando a luz passa por um objeto de grande massa e é defletida. Esse objeto de grande massa pode ser um aglomerado de galáxias, ou até mesmo uma galáxia muito massiva. E a luz pode ser proveniente de um objeto muito distante, como as primeiras galáxias do universo.
Foi isso que aconteceu recentemente.
Um grupo de astrônomos usou uma galáxia elíptica massiva, para poder estudar uma galáxia apagada e muito distante do universo.
O objeto estudado pelos astrônomos se chama BG1429+1202.
O esquema para a lente gravitacional estava então montado: você tinha a fonte, localizada a 11.4 bilhões de anos-luz de distância da Terra; a galáxia elíptica massiva, localizada a 5.4 bilhões de anos-luz de distância da Terra; e os astrônomos na Terra, munidos com seus poderosos telescópios.
Quando a luz do objeto distante passou pela galáxia elíptica foram geradas 4 imagens distintas, com um fluxo nove vezes maior daquele gerado sem a lente gravitacional, ou seja, uma imagem ampliada.
Com essa imagem, os astrônomos puderam então classificar e estudar as propriedades do objeto distante.
Uma característica importante desse objeto é a sua alta luminosidade na linha de emissão de Lyman Alpha, um dos intervalos mais brilhantes do ultravioleta.
Isso é praticamente inédito, pois a maioria dos casos de galáxias estudadas com lentes gravitacionais não apresentavam essa forte emissão no ultravioleta.
Os astrônomos usaram então uma nova técnica de buscar por esses espectros. Já analisaram 1 milhão e meio deles. Com essa técnica, eles identificam aqueles que emitem maior luminosidade na linha de Lynam Alpha, depois testam com o Hubble para verificar se tem ou não o efeito de lente gravitacional.
Isso é muito importante, pois só assim é possível estudar as galáxias mais distantes do universo e entender como o nosso universo evoluiu.
Em poucos anos, com a instalação dos telescópios de próxima geração, ficará ainda mais fácil estudar essas distantes galáxias.
O ponto é que deve existir um tesouro guardado nesses bancos de dados gigantescos e agora com essa nova técnica de mineração de dados, como é chamada, é possível descobrir esses dados, analisar, caracterizar e entender o que está acontecendo. Embora tenha sido testado num determinado banco de dados, do Sloan, essa técnica serve para toda a base de dados de grandes projetos astronômicos.
Fonte: Phys.org
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