Uma pergunta comum é: temos imagens de exoplanetas?
Sim, temos!
Não são muitos os exoplanetas descobertos e observados diretamente, mas temos imagens sim.
Uma estrela especialmente favorável para a observação de exoplanetas de forma direta é a HR 8799.
Esta estrela está localizada a aproximadamente 129 anos-luz de distância da Terra na constelação de Pegasus, tem cerca de 60 milhões de anos de vida, e é cerca de 5 vezes mais brilhante que o Sol.
Uma curiosidade: essa estrela está mais próxima da Terra do que a 51 Pegasi, a estrela onde foram descobertos os primeiros exoplanetas.
Ao redor dessa estrela os astrônomos descobriram 4 exoplanetas, todos eles por imageamento direto.
Os primeiros 3 exoplanetas foram descoberto em 2008, embora exista a possibilidade dele ter sido descoberto em 1998 pelo Hubble. Porém, na época não existia um processamento de imagem tão avançado assim para confirmar a sua presença.
O quarto exoplaneta foi descoberto em observações feitas em 2009 e 2010. Esse quarto planeta tem uma órbita mais próxima da estrela do que os 3 anteriores, mas mesmo assim ainda é uma distância equivalente a 15 vezes a distância entre a Terra e o Sol.
Os exoplanetas estão bem distantes um dos outros o que é esperado devido ao tamanho deles, todos considerados planetas similares a Júpiter. O sistema encontra-se estável, os planetas estão em ressonância, e as órbitas seguem a mesma descrição feita por Kepler para as órbitas do Sistema Solar, ou seja, guardando as proporções, seria um sistema análogo ao nosso.
A ressonância encontrada nesse sistema é semelhante à ressonância dos satélites galileanos de Júpiter e o planeta mais externo tem sua órbita dentro do disco de poeira, algo parecido com o nosso Cinturão de Kuiper.
Um grupo de cientistas recentemente usou as imagens feitas dos exoplanetas e produziu um pequeno, porém muito útil filme, que mostra a órbita dos planetas ao redor da estrela.
As observações não foram tantas para se fazer um filme. Então os astrônomos tiveram que interpolar os dados que tinham, usando as leis de Kepler, e transformando dados pontuais em algo contínuo.
O desenvolvimento dessa técnica é muito importante no estudo de exoplanetas, pois os astrônomos podem estudar a possibilidade de trânsitos antes não pensados.
Além disso, com essa técnica desenvolvida, e com os novos instrumentos que vêm por aí, como o TMT, o E-ELT e o GMT, que poderão imagear mais exoplanetas, poderemos ter a descrição completa de sistemas antes inimagináveis.
A área de exoplanetas tem muito a crescer dentro da astronomia, e a tecnologia de instrumentos, ligada ao desenvolvimento de técnicas de processamento de dados, representam o próximo grande passo nessa área.
Fonte: Many Worlds, APOD
Últimos comentários