Os buracos negros supermassivos no centro das galáxias se alimentam.
A matéria que passa perto do buraco negro, se passar pelo horizonte de eventos, só tem um destino que é o fundo do buraco, se é que existe um fundo.
Um evento característico que mostra um buraco negro se alimentando é conhecido como Evento de Ruptura de Maré, ou Tidal Disruption Event (TDE) em inglês. Nesse evento, um buraco negro se alimenta de uma estrela, ou seja, uma estrela passa perto de um buraco negro e é destruída pela intensa força gravitacional, e o que se pode ver é o efeito resultante desse lanche.
Durante esse processo, detritos da estrela são arremessados para fora do buraco negro a altas velocidades, enquanto parte do material é superaquecido e cai na direção do buraco negro.
A combinação desses eventos gera um sinal de raio-X típico.
Os astrônomos procuram por esses eventos, pois isso ajudaria muito a entender como os buracos negros crescem e como eles se alimentam.
Um desses eventos, conhecido como XJ1500+154 conseguiu ser identificado pelos astrônomos e observado por 3 grandes observatórios de raios-X: o XMM-Newton, o Chandra, e o Swift.
Esse evento está acontecendo numa galáxia localizada a aproximadamente 1.8 bilhão de anos-luz de distância da Terra.
Esse evento foi detectado pela primeira vez pelo XMM-Newton em 23 de Julho de 2005, atingiu o seu pico de brilho identificado pelo Chandra em 5 de Junho de 2008, e continua até hoje. Ou seja, é um banquete que dura há quase 10 anos.
Um facto interessante é que a radiação do material ao redor do buraco negro ultrapassa o chamado Limite de Eddington: equilíbrio entre a pressão da radiação para fora exercida pelo gás quente e a força da gravidade para dentro do buraco negro.
Com essas observações os astrônomos podem tentar responder a perguntas sobre como os buracos negros supermassivos cresceram no início do universo.
Se eventos como os TDEs acontecem acima do Limite de Eddington, isso poderia explicar como os buracos negros supermassivos foram capaz de atingir a massa que têm, mesmo num universo muito primordial.
Os astrônomos precisam agora investigar mais o fenômeno.
Fonte: Chandra Observatory
1 comentário
Acho que esses ‘caras’ não passam de grandes processadores (como os de cozinha) cósmicos.
Senão vejamos:
Sabe-se que o Big Bang originou-se a partir de uma singularidade inicial.
Por sua vez sabe-se tb que no “interior” (no núcleo) de um buraco negro verifica-se a singularidade.
Quem sabe toda matéria que para lá é sugada (atraida pela gravidade do black hole) é condensada ali,
processada e depois expelida na forma de Big Bang ?!
Quem sabe o nosso Universo não passa de uma ‘cuspida’ de um buraco negro supermassivo ?!