OSIRIS-REx vai procurar por asteroides troianos, os companheiros invisíveis da Terra

Em fevereiro de 2017, a espaçonave robótica OSIRIS-REx vai realizar uma busca pelos asteroides troianos da Terra enquanto se dirige para o asteroide Bennu. Os troianos são asteroides que partilham uma órbita com a Terra enquanto permanecem perto do ponto orbital estável situado 60º à frente ou atrás do planeta (nos pontos de Lagrange L4 e L5). Créditos: Universidade do Arizona / Heather Roper

A primeira missão da NASA que irá trazer de volta à Terra uma amostra de um asteroide vai realizar múltiplas tarefas durante a sua viagem até ao asteroide Bennu. Entre os dias 9 e 20 de fevereiro de 2017, a nave OSIRIS-REx (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, and Security – Regolith Explorer) irá ativar a sua câmera e começar uma pesquisa pelos elusivos asteroides “troianos”.

Os asteroides troianos são companheiros de viagem dos planetas no nosso Sistema Solar à medida que orbitam o Sol, permanecendo perto dos pontos estáveis residentes 60º à frente ou atrás do planeta. Esses locais são os denominados “Pontos de Lagrange” L4 e L5. Tendo em vista que esses objetos “lideram” ou “seguem” constantemente na mesma órbita, jamais irão colidir com o seu planeta associado.

O termo “Asteroide Troiano” foi estabelecido quando os astrônomos buscavam designar os asteroides companheiros orbitais de Júpiter, nomeando guerreiros da Guerra de Troia da mitologia grega.

Existem seis planetas no nosso Sistema Solar com asteroides troianos conhecidos: Júpiter, Netuno, Marte, Vênus, Urano e também a Terra. Os troianos da Terra são objetos bem elusivos. Até hoje os cientistas descobriram apenas um asteroide comprovadamente troiano da Terra, o 2010 TK7, identificado em 2010, graças ao projeto NEOWISE da NASA. No entanto, existem mais de 6.000 troianos conhecidos partilhando a órbita solar do gigante gasoso Júpiter.

Os cientistas preveem que devem existir diversos asteroides troianos compartilhando a órbita terrestre, mas estes asteroides são difíceis de se detectar porque aparecem perto do Sol a partir do nosso ponto de vista terrestre. No entanto, em meados de fevereiro de 2017, a nave OSIRIS-REx estará posicionada em um local ideal para realizar um levantamento desses possíveis corpos.

https://www.nasa.gov/sites/default/files/thumbnails/image/trojan_asteroid_search_2.png

Ao longo de 12 dias, a pesquisa da OSIRIS-REx por asteroides troianos da Terra irá usar o instrumento MapCam da sonda para metodicamente examinar o espaço onde se espera que estes asteroides existam.

MapCam é parte da suíte de câmeras da OSIRIS-REx Camera Suite (OCAMS), a qual foi projetada e construída pelos pesquisadores do UA’s Lunar and Planetary Laboratory.

Muitas destas observações serão parecidas com as atividades planejadas da câmera MapCam durante a sua pesquisa futura por satélites em redor do asteroide Bennu. Embora a chance de se encontrar tais pequenos satélites ao redor de Bennu seja muito pequena, a busca por troianos servirá como um ensaio inicial para as operações científicas primárias da missão.

Dante Lauretta, pesquisador líder da missão OSIRIS-REx, da Universidade do Arizona, em Tucson, EUA, declarou:

A pesquisa por asteroides troianos da Terra fornece uma vantagem substancial à missão OSIRIS-REx. Não só teremos a oportunidade de descobrir novos membros de uma classe de asteroides, mas, mais importante ainda, estamos praticando operações críticas da missão antes da nossa chegada ao asteroide alvo Bennu, o que acabará reduzindo o risco da missão principal.

A sonda robótica OSIRIS-REx está atualmente em uma viagem de sete anos para alcançar, estudar, recolher amostras do asteroide Bennu e trazê-las de volta para a Terra. A amostra de um asteroide primitivo como Bennu ajudará os cientistas a compreender a formação do nosso Sistema Solar há mais de 4,5 bilhões de anos.

Fonte

Phys.org: Searching for trojan asteroids, Earth’s unseen companions

._._.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.