A Nebulosa da Tarântula: deslumbre e violência cósmica

A Nebulosa da Tarântula. Aquisição: iTelescope – Portugal; processamento: Ruben Barbosa.

No seu 6º trabalho, o grupo iTelescope-Portugal decidiu explorar uma teia.

Também conhecida como 30 Doradus ou NGC 2070, a Nebulosa da Tarântula, assim chamada por se assemelhar a uma teia gigante, é uma região HII com cerca de 1.000 anos-luz de comprimento, localizada na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia satélite da Via Láctea, à distância estimada de 170 mil anos-luz da Terra.

Apesar do esplendor desta imagem, estamos perante um local extremamente hostil para a vida. Aqui as estrelas formam-se, evoluem e terminam a sua vida rapidamente, a maior parte das vezes de forma violenta. A fotografia mostra estrelas em diferentes fases da sua evolução, algumas formadas recentemente (com cerca de 2 milhões de anos), ainda escondidas em bolsas de gás denso e escuro, bem como o remanescente de gigantes que terminaram o seu ciclo em explosões de supernova. A cor vermelha corresponde ao hidrogénio.

Imagem panorâmica da Nebulosa da Tarântula (HD). Aquisição iTelescope-Portugal (T32); processamento: Ruben Barbosa.

Estima-se que a NGC 2070 tenha somente 2 milhões de anos de idade e seja composta por mais de 500.000 estrelas. O seu núcleo, conhecido por R136, está repleto de algumas das estrelas mais maciças encontradas na nossa vizinhança, pesando mais de 100 vezes a massa do nosso Sol. Estas estrelas jovens e quentes, esculpem as paredes de gás com radiação ultravioleta, criando estruturas semelhantes a pilares, vales e cumes, bem como ondas de choque que irão comprimir o material envolvente e, pela ação de gravidade, acabaram por dar origem a novas estrelas.

* Plataforma “O Universo em Fotografia”.

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