Existe um grupo de asteroides no Sistema Solar que são chamados de Troianos.
Eles dividem a órbita com o planeta Júpiter.
Até aí tudo bem, sem problema, todos eles caminham na mesma direção que Júpiter.
Aliás, não só eles, como 99% dos asteroides conhecidos e como todos os planetas.
Dos 726.261 asteroides conhecidos, só 82 têm movimento retrógrado.
Praticamente todos giram ao redor do Sol num movimento contra o relógio se visto de cima.
Em 2015 os astrônomos descobriram um asteroide diferente.
O asteroide 2015 BZ09, também conhecido como Bee-Zed, tem cerca de 3 km de diâmetro, e uma órbita estranha e incomum.
Esse objeto é o único asteroide conhecido que ao mesmo tempo tem uma órbita oposta e retrógrada ao redor do Sol enquanto compartilha essa órbita com um planeta.
Ele se move na direção do relógio, ou seja, contra o fluxo de todos os outros asteroides troianos e de praticamente todos os objetos conhecidos.
Como ele compartilha a órbita com Júpiter, mas orbita na direção oposta, ele poderia se chocar com o planeta. Mas por que isso não acontece?
O próprio planeta usa sua força gravitacional para defletir o asteroide e desviá-lo da colisão. E assim ele segue nesse jogo, que os americanos chamam de jogo da galinha.
Usando o Large Binocular Telescope, os astrônomos observaram o Bee-Zed por 300 dias e notaram que ele mantém a sua órbita estável, mesmo sendo uma órbita estranha.
Simulações computacionais mostraram que essa estabilidade é mantida por milhões de anos e deve durar outros milhões de anos no mínimo.
Os asteroides são peças importantes para que possamos conhecer cada vez mais sobre o Sistema Solar, e encontrar um asteroide com essa órbita no mínimo estranha pode levar os astrônomos a conseguirem cada vez mais informações sobre a nossa vizinhança cósmica.
Fonte: Phys.org
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