Procurar e descobrir exoplanetas, usando a técnica do trânsito, pode parecer uma tarefa fácil, em virtude dos mais de 3400 exoplanetas já descobertos. Pode parecer que toda estrela tem um planeta que passa na sua frente e que nós detectamos. E pode parecer que não existe segredo algum nisso.
Mas engana-se totalmente quem pensa dessa maneira.
Hoje, não só a astronomia, mas praticamente todo tipo de ciência e todo tipo de atividade, enfrenta um problema bom, digamos assim.
No passado, o principal problema era a falta de dados para se poder concluir sobre determinado problema.
Na astronomia isso era marcante: eram poucos telescópios, quase nenhum telescópio espacial.
Mas com o passar dos anos e com o avanço da tecnologia, adquirir os dados passou a ser o menor dos problemas, e o problema agora é como lidar com tanta informação gerada. Chamamos isso de Big Data.
No caso da busca de exoplanetas isso é marcante.
O Kepler observou milhares de estrelas e adquiriu milhares de curvas de luz.
Digamos que o filé mignon já foi descoberto: os exoplanetas mais evidentes, os trânsitos mais fáceis de serem percebidos – isso já foi descoberto e catalogado.
Mas quantos exoplanetas escondidos nesse emaranhado de dados ainda estão esperando para serem descobertos?
Pelo menos 1 deles foi encontrado recentemente, e provavelmente a técnica empregada pode ser utilizada em outras curvas de luz para encontrar mais exoplanetas escondidos.
Por muitos anos, o Kepler-150f esteve ali disfarçado no emaranhado de dados de modo que os algoritmos computacionais não conseguiram até ao momento detectá-lo.
Mas recentemente um grupo de pesquisadores desenvolveu uma nova técnica de modelagem e de análise de dados e assim conseguiram identificar o exoplaneta.
Ele faz parte de um sistema com 5 exoplanetas e orbita a sua estrela a cada 637 dias, uma das órbitas mais longas conhecidas para sistemas multiplanetários.
O exoplaneta tem o tamanho aproximado de Netuno e está localizado a aproximadamente 3000 anos-luz de distância da Terra.
A pergunta é: quantos exoplanetas estão escondidos e agora poderão ser revelados?
Fontes: Phys.org, Artigo Científico
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