Já vimos que existem galáxias gigantescas como as rádio-galáxias, que chegam a ter milhões de anos-luz de comprimento.
Mas do outro lado da balança, existe no universo um tipo de galáxia bem pequena, as chamadas galáxias-anãs ultra-compactas.
Estas galáxias são formadas por centenas de milhões de estrelas, todas elas empacotadas numa região com “somente” 100 anos-luz de diâmetro.
Esse tipo de galáxia foi descoberto no final dos anos 1990 e desde então vem revelando surpresas para os astrônomos.
Talvez a maior surpresa aconteceu no ano de 2014, quando um grupo de pesquisadores encontrou nesse tipo de galáxia a presença de um buraco negro supermassivo.
Até então, esse era o único exemplar.
É preciso que os astrônomos encontrem outros exemplos desses objetos para que possam fazer interpretações conclusivas.
E agora, o mesmo grupo de astrônomos descobriu mais dois exemplares de galáxias-anãs ultra-compactas com buracos negros supermassivos em seu interior.
Esses buracos negros são responsáveis pela maior parte da massa das galáxias, o que leva a concluir que as galáxias ultra compactas são remanescentes de galáxias maiores que foram muito alteradas por colisões ou fusões.
Um buraco negro supermassivo com 4.4 milhões de vezes a massa do Sol, foi encontrado na galáxia VUCD3, e equivale a 13% da massa da galáxia.
O outro buraco negro supermassivo tem 5.8 milhões de vezes a massa do Sol, foi encontrado na galáxia M59cO, e equivale a 18% da massa da galáxia.
Para se ter um dado comparativo, o buraco negro supermassivo da Via Láctea tem 4 milhões de vezes a massa do Sol e equivale a 0.01% da massa da nossa galáxia.
Os astrônomos descobriram os buracos negros usando o telescópio Gemini Norte e o Telescópio Espacial Hubble.
Eles mediram a velocidade das estrelas perto do centro e longe do centro das galáxias.
Perto do centro, as estrelas se moviam com uma velocidade muito maior, o que é um indicativo claro da presença de um buraco negro supermassivo.
Com isso, os astrônomos puderam criar modelos, e analisar em qual modelo os dados melhor se ajustavam.
Com essas duas descobertas os astrônomos podem concluir que a maioria das galáxias anãs ultra-compactas têm buracos negros supermassivos no seu centro, e essa descoberta pode ajudar a contar um pouco da história sobre como esses buracos negros surgem e como as galáxias evoluem.
Muito provavelmente essas galáxias anãs são parte de galáxias maiores, que devido a inúmeras fusões e colisões, foram tendo suas partes mais externas arrancadas, sobrando somente o centro, com o seu buraco negro supermassivo.
Essa descoberta é importante para entender mais sobre a evolução das galáxias, os processos de fusão, e o surgimento de buracos negros supermassivos no seu interior.
Fontes: Phys.org , Artigo Científico
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