Duplo flare (lampejo) de 2 Iridium (magnitude -7,4)
O Solstício de Verão (no hemisfério norte) começa amanhã de madrugada. Para celebrar o evento, seremos brindados com um espectáculo celeste oferecido pela constelação de
satélites Iridium.
O evento ocorrerá pelas 04h18, na constelação de Peixes (ver carta celeste abaixo) e será visível em Portugal, ao longo de uma linha que percorre todo o litoral desde o Minho ao Algarve. Olhando para sudeste, serão visíveis dois lampejos quase simultâneos e paralelos que atingem magnitude de -7,4 com um espaçamento de apenas 9 segundos.
Percurso que os satélites Iridium irão percorrer pelo céu. O asterisco sobre o trajecto indica o local onde ocorrerá o brilho mais intenso (flare).
Pormenor do local onde decorrerá o brilho mais intenso (flare).
Será um espectáculo único que aconselho a não perder. Abaixo junto um mapa com a linha em que os lampejos são vistos com o brilho máximo; no entanto, quem morar a 20 ou 30 km para um dos os lados da linha, ainda verá o duplo lampejo mas, naturalmente, menos brilhante.
Quem não estiver familiarizado com a escala das magnitudes, poderá não fazer ideia do que é um brilho de -7,4. Por comparação poderão ver, a leste, o planeta Vénus ainda próximo do horizonte. Vénus apresenta agora uma magnitude de -4,1. Pois os lampejos terão um brilho (aparente) 21 vezes mais intenso que o brilho (aparente) de Vénus.
A observação a olho nu é a mais indicada. O registo em vídeo também resulta muito bem pois mostra a evolução de todo o evento que dura 1 ou 2 minutos, desde que os satélites se tornam visíveis até voltarem a desaparecer. Quando o brilho se torna tão ténue que deixa de ser visível a olho nu, pode ainda ser seguido com binóculos pois o brilho mínimo ronda a magnitude 6 ou 7.
Mais informações no site heavens-above, de onde foram retiradas as informações e obtidas as imagens.
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Rui Costa
Desde criança que sente um enorme fascínio pela Astronomia e, sendo esta uma ciência muito abrangente, também pela Física, a Geologia e a ciência em geral.
Adepto da astronomia amadora, adora observar o céu, quer seja com binóculos, telescópio ou apenas um par de olhos.
Também tenta manter-se minimamente a par do que se vai passando lá longe no universo e também aqui à nossa volta, nas áreas da investigação, exploração e conquista espaciais.
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