O que acontece com os buracos negros supermassivos de duas galáxias, quando elas se fundem?
Esses buracos negros se fundem, ou eles se tornam um par de buracos negros, um orbitando o outro?
Essa é uma pergunta que há décadas os astrônomos tentavam responder.
Nesse entretanto, foram descobertas as ondas gravitacionais que são resultado da fusão de buracos negros de massa estelar.
Mas até agora nada se sabia sobre par de buracos negros supermassivos.
Na caça pela resposta, os astrônomos começaram a usar o Very Long Baseline Array, ou VLBA, um conjunto de 10 rádio telescópios, localizados em Socorro no Novo México.
E com o VLBA, os astrônomos conseguiram observar algumas frequências de sinais de rádio emitidas pela matéria que está caindo em direção a um buraco negro supermassivo.
Ao colocarem em diagrama as trajetórias das frequências obtidas com o passar dos anos, eles conseguiram provar que na verdade se trata de um sistema binário de buracos negros supermassivos.
O par de buracos negros supermassivos foi “observado” na galáxia 0402+379, localizada a 750 milhões de anos-luz de distância da Terra.
O par tem uma massa combinada de 15 bilhões de vezes a massa do Sol, e o período orbital é de 24000 anos.
Essas observações e essa conclusão representam o trabalho de mais de 20 anos e 12 anos de observação.
Essa descoberta tem várias implicações.
Primeiro, com essa movimentação é possível entender como se deu a fusão entre as galáxias.
Segundo, é possível entender ainda mais sobre a relação simbiótica entre os buracos negros supermassivos e suas galáxias-hospedeiras.
Terceiro, é possível entender mais ou menos, o que acontecerá entre a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda quando elas se fundirem.
Os pesquisadores continuarão observando o sistema binário de buracos negros e continuarão adquirindo dados.
Além disso, eles esperam que com a descoberta e com a metodologia de processamento de dados bem definida, astrônomos em outras partes do mundo usando outros sistemas de antenas possam pesquisar por outros pares de buracos negros supermassivos pelo universo.
Fontes: Phys.org , Artigo Científico
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