Buraco Negro Supermassivo com indigestão

Créditos: NRAO / AUI / NSF / NASA / CXC / NASA / ESA / STScI / U. Manchester / Rampadarath et al.

A colisão, ou fusão, de galáxias é algo que não é mais novidade, e é algo considerado até comum no universo em que vivemos.

Os efeitos da colisão, esses sim, ainda precisam ser estudados a fundo e entendidos bem.
Principalmente, qual a consequência que a fusão de duas galáxias tem para os buracos negros centrais.

Para entender isso, os astrônomos estão estudando a dança realizada entre as galáxias NGC 5195 e NGC 5194.

Quando a NGC 5194 colide com a NGC 5195, a matéria forma um disco de acreção ao redor do buraco negro supermassivo central da NGC 5195.

O disco começa a crescer até ao ponto em que o buraco negro não consegue mais digerir tanta matéria e começa a expelir essa matéria no meio interestelar.
É como se o buraco negro ficasse com indigestão e começasse a arrotar matéria.

Essas duas galáxias passam por esse processo de colisão uma vez a cada cem milhões de anos, e daqui a alguns bilhões de anos irão se fundir definitivamente, se transformando numa única galáxia.

Um grupo de astrônomos usou dados do VLA, do Chandra, do Hubble, e dados de arquivo, para entender bem o processo que está acontecendo entre as duas galáxias.

O buraco negro supermassivo da NGC 5195 tem uma massa equivalente a 19 milhões de vezes a massa do Sol.

Quando o processo de acreção pára, imensas forças e pressão criam uma onda de choque que empurra a matéria para o meio interestelar.
Os elétrons são acelerados a uma velocidade próxima da velocidade da luz, interagem com o campo magnético do meio interestelar e emitem energia no comprimento de ondas de rádio.
A onda de choque então infla/incha/dilata e aquece o meio interestelar, que emite raios-X e arranca elétrons dos átomos de hidrogênio neutros ao redor, criando assim o hidrogênio ionizado.

Essa bolha cria arcos que podem então ser detectados pelo Hubble e pelo Chandra.

A idade dos arcos na NGC 5195 é de 1 a 2 milhões de anos.
Só para colocar em contexto, os primeiros traços de matéria foram forçados para fora do buraco negro quando nossos ancestrais estavam aprendendo a fazer fogo.
E agora, com todo esse arsenal de instrumentos, os astrônomos estão conseguindo estudar esse fenômeno.

Fontes: Phys.org , Artigo Científico, Artigo Científico

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