Os pulsares podem ser considerados um dos membros mais fascinantes da comunidade cósmica.
Os pulsares são estrelas de nêutrons altamente magnetizadas que se formam quando uma estrela mais massiva que o Sol colapsa.
Mas vamos contar um pouco da história dos pulsares.
Em 1967, a estudante de doutoramento da Universidade de Cambridge Jocelyn Bell, notou algo estranho nos seus dados de rádio-astronomia.
Um pulso bem fraco vindo de uma parte do céu, que se repetia com extrema perfeição a cada 1.3 segundos.
Devido a isso, tanto Bell como seu orientador, Antony Hewish, chamaram essa descoberta de LGM-1: LGM para Little Green Men, pensando que o sinal poderia ser a tentativa de contato de uma civilização extraterrestre.
Como explicar isso?
Na verdade, a explicação já existia teoricamente; estava só esperando a observação.
Na década de 1930, os astrônomos Walter Baade e Fritz Zwicky estavam procurando uma explicação para as supernovas: explosões de estrelas massivas.
Quando, em 1932, a partícula subatômica chamada nêutron foi descoberta, os astrônomos perceberam que podiam resolver seu problema.
Eles sugeriram que quando uma estrela grande e velha esgotasse todo o seu combustível nuclear, ela rapidamente iria se colapsar devido à própria gravidade.
O núcleo da estrela se transformaria numa verdadeira bola super densa de nêutrons.
E as camadas externas da estrela seriam expulsas por meio de uma grande explosão chamada de supernova.
O núcleo denso de nêutrons – esse remanescente é chamado de estrela de nêutrons.
Essa estrela de nêutrons é um objeto muito denso. Imagine 2 ou 3 sóis comprimidos no raio de uma grande cidade.
Os astrônomos então começaram a estudar esse objeto e perceberam duas coisas muito importantes.
A primeira: quando a estrela está passando pelo processo de colapso sua rotação aumenta muito – ela pode girar 1 vez por segundo, até dezenas ou centenas de vezes por segundo.
A outra coisa importante é que as estrelas possuem campos magnéticos, e quando colapsam elas levam o campo magnético junto com elas.
Assim, as estrelas de nêutrons possuem um intenso campo magnético.
Partículas carregadas e o plasma super-aquecido ao redor da estrela são afunilados na direção dos polos magnéticos e expelidos para o espaço em intensos feixes energéticos.
Agora coloque tudo isso junto, e uma estrela de nêutrons fica parecendo um farol, desses que existem em praias e no litoral.
Foi esse sinal, esse feixe energético, que Bell e Hewish detectaram em seu rádio-telescópio na década de 1960.
Ao invés de pequenos homens verdes tentando comunicar, os pulsos regulares eram gerados por esses feixes em rotação de uma estrela de nêutrons que atingia o detector a cada 1.3 segundos.
Quando eles e outros astrônomos começaram a encontrar outras estrelas similares, algumas com rotação maior, outras com rotação menor, eles deram o nome para essas estrelas de nêutrons, de pulsares.
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