Este artigo foi escrito na sequência de um outro “Sistema Solar à escala em Moimenta da Beira (Parte I – em busca da escala)” e deve ser lido após aquele.
A 21 de Junho de 2017, foi inaugurado um Sistema Solar à escala em Moimenta da Beira. O município, que já tinha um evento bianual dedicado à astronomia: Maior Concentração de Telescópios do país (no próximo ano decorrerá a 6ª edição da “Concentração de Telescópios”), tem agora uma infraestrutura, de carácter permanente, ligada à astronomia. A inauguração, que teve lugar junto aos Paços do Concelho e coincidiu com o dia do solstício de Verão, vem reforçar a vocação para esta temática que tem sido dinamizada pelo professor Paulo Sanches e, desde o início da Concentração de Telescópios, acarinhada pela edilidade local.
Dadas as dimensões relativas entre os tamanhos dos planetas e as respectivas distâncias ao Sol, a execução de um projecto destes abarca sempre uma área geográfica muito significativa, não se circunscrevendo à área de uma escola, nem mesmo de uma pequena localidade.
Desta forma, o seu dinamizador – o professor Paulo Sanches director do Clube de Ciências do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira – procurou a parceria do edil local, uma vez que os marcos (em forma de disco) representativos dos vários planetas se espalham por todo o município.
Nas palavras de Pedro Sanches, “a opção para este projeto foi utilizar uma escala de 1:315 557 000, que nos ajuda a compreender as distâncias entre as órbitas dos vários astros, tomando como referência o concelho de Moimenta da Beira. Ao nível dos tamanhos, apostou-se na produção de discos metálicos de 1,39 m de diâmetro que representam o Sol numa escala de 1:1 000 000 000, onde estão assinalados, nas dimensões e distâncias proporcionais, os oito planetas principais que constituem o nosso Sistema Solar.”
Como elemento diferenciador, e porque um projecto destes tem toda a vantagem em se interligar com o tecido social e demográfico em que se encontra implantado, foi também tida em conta uma componente social e artística. Ainda pegando nas palavras do coordenador do projecto, “para tornar único este projecto, em Portugal e na Europa, introduziu-se a
vertente artística (e também de inclusão social), plasmada em cada um dos nove elementos físicos (discos) implantados no concelho, num percurso visitável que tem início no Sol, colocado junto ao edifício dos Paços do Concelho, e fim em Neptuno, colocado na praia fluvial de Segões. A intervenção artística, única e personalizada, é fruto da visão criativa de cada um dos artistas convidados para o projeto, incluindo os utentes da Artenave.”
Se está a pensar fazer uma visita à região, aproveite para um passeio por Moimenta da Beira. Se não for antes, pelo menos no próximo ano, quando decorrer a 6ª Concentração de Telescópios. Reserve o dia seguinte (o domingo) para uma visita a este modelo único do Sistema Solar.
1 ping
[…] Sistema Solar à escala em Moimenta da Beira (Parte II – a execução) » […]