A rede NGTS (Next Generation Transit Survey) instalada no Observatório do Paranal do ESO, no norte do Chile, descobriu o seu primeiro exoplaneta, um Júpiter quente em órbita de uma estrela anã do tipo M, à qual se deu o nome de NGTS-1.
O planeta chamado NGTS-1b é apenas o terceiro planeta gigante que se observou a transitar uma estrela deste tipo, seguindo-se a Kepler-45b e HATS-6b. O NGTS-1b é o maior e o mais massivo dos três, com um raio de 130% e uma massa de 80%, relativamente a Júpiter.
Uma anã do tipo M é uma estrela pequena e ténue com aproximadamente 8 a 50% da massa do Sol e com uma temperatura de superfície menor que 3700ºC. Pensa-se que 50 das 60 estrelas mais próximas do nosso Sistema Solar são anãs do tipo M, embora nenhuma delas seja suficientemente brilhante para poder ser vista a olho nu a partir da Terra.
O NGTS é constituído por uma rede de doze telescópios de 20 cm, e procura pequenos decréscimos no brilho de uma estrela causados quando um planeta em sua órbita passa à sua frente (o chamado trânsito), bloqueando parte da sua luz. Assim que o NGTS-1b foi descoberto, a sua existência foi confirmada por observações de seguimento feitas no Observatório de La Silla do ESO: observações fotométricas obtidas com a EulerCam montada no Telescópio suíço de 1,2 metros Leonhard Euler; e observações espectroscópicas feitas com o instrumento HARPS montado no telescópio de 3,6 metros do ESO.
Planetas pequenos são relativamente comuns em torno de estrelas anãs do tipo M, no entanto gigantes gasosos como o NGTS-1b aparecem mais raramente em torno destas estrelas do que em torno de estrelas mais parecidas com o Sol. Este facto é consistente com as atuais teorias da formação planetária, no entanto precisamos de mais observações de estrelas anãs do tipo M antes de termos um conhecimento mais aprofundado do número de planetas gigantes que se encontram em sua órbita. O NGTS foi especificamente concebido para obter dados melhores relativos a planetas em órbita de estrelas anãs do tipo M e, uma vez que estas estrelas correspondem a cerca de 75% de todas as estrelas na Via Láctea, estudá-las ajudará os astrónomos a compreender melhor a principal população de planetas na Galáxia.
O futuro pode revelar-se bem interessante no que respeita a este sistema exoplanetário, uma vez que poderá ser estudado com grande detalhe pelo complemento de instrumentos que serão colocados a bordo do Telescópio Espacial James Webb da NASA/ESA/CSA (JWST), o qual deverá ser lançado em 2019.
Fonte (transcrição): ESO
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