Nosso Sistema Solar está localizado numa galáxia espiral composta por bilhões de estrelas, a Via Láctea.
A olho nu, nós podemos ver cerca de 3000 estrelas no céu numa noite escura.
Contudo, se a Terra residisse numa galáxia ultra-difusa, nós só veríamos dezenas de estrelas no céu.
As galáxias desse tipo ou não podem mais produzir estrelas ou as suas estrelas foram arrancadas por forças de maré.
De forma intrigante, os telescópios gigantescos que temos à disposição e as técnicas avançadas de imageamento conseguiram descobrir muitas galáxias ultra-difusas em um dos piores ambientes possível: os aglomerados de galáxias.
“Nós nos perguntamos como esses frágeis objetos estão sobrevivendo nas densas e massivas acumulações de centenas de galáxias”, explica Carolin Wittmann, estudante de doutorado no Astromisches Rechen-Institut (ARI) da Zentrum für Astronomie der Universität Heidelberg (ZAH).
Usando imagens ópticas profundas obtidas em 2012 com a Prime Focus Camera, ou PFIP, do William Herschel Telescope, o WHT, Wittmann identificou cerca de 90 dessas galáxias no aglomerado de galáxias Perseus, localizado a 240 milhões de anos-luz de distância da Terra.
Os astrônomos querem descobrir como essas galáxias vulneráveis são capazes de sobreviver nas densas acumulações de grandes galáxias.
Será que elas são protegidas por um disco de matéria escura em grande quantidade?
Ou será que elas estão agora no processo de ruptura de maré?
“De maneira surpreendente, a maior parte das galáxias permanecem intactas, poucas apresentam sinais de ruptura de maré”, enfatiza o Dr. Thorsten Lisker que iniciou o projeto.
Se isso significar que as galáxias ultra-difusas podem suportar a forte força de maré do Aglomerado de Perseus, então elas podem conter uma grande quantidade de matéria escura invisível cuja atração gravitacional age como uma força obrigatória.
As forças de maré, contudo, podem ser a razão pela qual as galáxias de maior tamanho não são encontradas no centro do aglomerado de Perseus, só estando presentes nas regiões externas dos aglomerados de galáxias.
Juntamente com parceiros internacionais, os pesquisadores agora querem fazer imagens com a mesma qualidade das regiões externas do Aglomerado de Perseus, onde a influência do ambiente seria menor, preservando a estrutura original das galáxias.
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