Uma nova pesquisa mostra que a variação incomum de brilho da estrela KIC 8462852 provavelmente é causada por nuvens de poeira ou por um ciclo anormal de aumento e diminuição de brilho, sugerem dois novos artigos.
Huan Meng da Universidade do Arizona em Tucson e seus colegas, sugerem que a KIC 8462852, também conhecida como Estrela de Tabby, está diminuindo seu brilho graças a uma fina nuvem de partículas de poeira orbitando a estrela. A equipa observou a estrela com os telescópios espaciais de infravermelho Spitzer e ultravioleta Swift, de Outubro de 2015 até Dezembro de 2016 – a primeira vez que a estrela foi observada em múltiplos comprimentos de onda.
Eles descobriram que a estrela está diminuindo de brilho mais rápido nos comprimentos de onda mais curtos do azul do que nos comprimentos de onda mais longos do infravermelho, sugerindo partículas menores.
“Isso quase que absolutamente descarta o cenário de uma megaestrutura alienígena, a menos que essa estrutura seja micro e não mega”, disse Meng.
A estrela de Tabby é famosa pela sua repentina queda de brilho de cerca de 22% no decorrer de alguns dias.
Observações posteriores sugerem que a estrela está perdendo 4% de seu brilho por ano, o que a equipa de Meng confirmou no artigo publicado.
Joshua Simon, do Observatories of the Carnegie Institution for Science em Pasadena, na Califórnia, encontrou uma queda de brilho similar nos dados da estrela de Tabby, recuperados do projeto All Sky Automated Survey em 2006.
Simon e seus colegas também descobriram que a estrela teve um aumento de brilho em 2014 e outro em 2016.
“Isso é fascinante”, disse a astrofísica Tabetha Boyajian, da Lousiana State University em Baton Rouge.
Foi a Tabetha que relatou as variações de brilho da estrela em 2015 e também é co-autora no artigo publicado pela Meng.
“Nós sempre especulamos que ela poderia ganhar brilho em um determinado momento. Ela não podia só ficar apagando sempre, se isso acontecesse chegaria um momento que ela desapareceria. Isso mostra que ela aumentou de brilho”.
O aumento de brilho pode ser devido ao ciclo magnético da estrela, algo parecido com o que acontece com o Sol. Mas nenhum ciclo magnético conhecido faz a estrela se apagar tanto e ganhar tanto brilho, então ela continua com um comportamento meio estranho.
Brian Metzeger, da Columbia University, sugeriu anteriormente que talvez um planeta destruído estivesse caindo em direção à estrela, e isso poderia explicar a diminuição de brilho de longo e curto prazo. Ele acredita que seu modelo ainda funciona mas precisa de uns ajustes.
“Esses novos estudos adicionam algo mais intrigante, mas eu não acho que isso muda completamente tudo”, disse Metzeger, que não está envolvido em nenhum desses novos estudos.
E observações recentes podem complicar as coisas no futuro. A estrela atravessou outro evento de diminuição de brilho entre Maio e Julho.
“Estou esperando os artigos que vão analisar esses eventos mais recentes”, disse Metzeger.
Fonte: Science news
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[…] A partir daí uma série de hipóteses foram formuladas para explicar o comportamento da KIC 8462852: uma família de cometas passando em frente da estrela, uma anã marrom/castanha passando em frente da estrela, falha no equipamento de observação, um planeta com anéis, uma família de asteroides troianos, ou até a famosa esfera de Dyson (a tal megaestrutura alienígena). Desta vez a hipótese é de ser uma nuvem de poeira interestelar orbitando a estrela. […]