As FRBs, ou Fast Radio Bursts, um dos fenômenos mais misteriosos do universo, continuam sendo exaustivamente estudadas pelos astrônomos.
A primeira FRB foi descoberta em 2001 e desde então os astrônomos descobriram poucas delas.
As FRBs são explosões altamente energéticas e rápidas que acontecem no comprimento de onda de rádio.
Os astrônomos não sabem ao certo qual a origem delas, mas a hipótese que lidera a banca de apostas é que as FRBs aconteçam em galáxias muito distantes, e estão relacionadas com estrelas de nêutrons jovens em alta rotação e com um intenso campo magnético.
Entre todas as FRBs descobertas, uma é especial: a chamada FRB 121102.
Essa FRB gera pulsos repetitivos, e acontece numa galáxia a 3 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Um grupo de pesquisadores, considerou que essa FRB é uma FRB típica do universo e com isso, gerou um modelo de ocorrência das FRBs.
E de acordo com a pesquisa feita, 1 FRB ocorre no universo a cada segundo!
O estudo foi publicado no The Astrophysical Journal.
Mas para quê estudar essas explosões em comprimentos de onda de rádio?
Os astrônomos pensam que as FRBs podem ser úteis para duas importantes pesquisas.
1 – estudar a estrutura e a evolução do universo em grande escala, o que é fundamental para entendermos como o universo chegou até aos dias de hoje. As FRBs causariam uma perturbação na radiação cósmica de fundo, e a partir dessa perturbação, seria possível estimar com maior precisão a quantidade de matéria escura, energia escura e matéria ordinária no universo.
2 – estudar a chamada época da reionização no universo. As FRBs poderiam indicar onde, quando e como o processo de reionização ocorreu no universo, um ponto fundamental para se entender a evolução do universo.
Para melhorar o estudo das FRBs, detectar mais desses fenômenos e então decifrar seus mistérios, dois poderosos instrumentos irão entrar em campo para auxiliar os astrônomos.
Um deles é o SKA, o Square Kilometer Array, um dos instrumentos mais poderosos já desenvolvidos para estudar o universo nos comprimentos de onda de rádio. Ele pode ajudar a entender a época da reionização.
O outro é o CHIME, no Canadá, que acabou de entrar em operação. O CHIME poderá detectar FRBs em diferentes espectros, o que será importante para compreender ainda mais esse fenômeno.
Os modelos estão prontos, as armas já estão preparadas. Agora é uma questão de tempo para decifrarmos mais esse mistério do cosmos.
Fontes: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, artigo científico
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