Já sabemos como uma estrela de nêutrons se forma, com o que restou da explosão de uma supernova.
Se essa estrela de nêutrons estiver em rápida rotação, ou seja, algo em torno de 100 a 200 vezes por segundo, ela se torna um pulsar, cuja principal característica é emitir pulsos no comprimento de ondas de rádio, de forma periodicamente precisa, e que podemos detectar aqui na Terra com nossos radiotelescópios.
Porém, existem determinadas estrelas de nêutrons, que apesar de terem uma rotação, ela não é tão veloz assim: elas possuem um período de 1 a 10 segundos.
Essa rotação, cria um mecanismo de dínamo que começa a gerar campos magnéticos extremamente intensos. Só por comparação, na Terra o campo magnético é de 25 Gauss, na superfície experimentamos cerca de 0.5 Gauss; numa estrela de nêutrons esse campo magnético é de 1 trilhão de Gauss e em uma magnetar o campo magnético chega a 1 quatrilhão de Gauss.
O que diferencia uma magnetar de um pulsar, é que ela não emite pulsos no comprimento de ondas de rádio, pois esses pulsos não conseguem ser gerados num ambiente com campos magnéticos tão intensos assim.
Porém, as magnetars possuem uma intensa emissão tanto de raios-X como de raios-gama. Na verdade são explosões de raios-X e raios-gama muito intensas geradas no seu interior. Como sismos estelares.
Podemos dizer que os pulsares e as magnetars representam tipos diferentes de estrelas de nêutrons.
A formação de uma magnetar ainda é um assunto que precisa muito ser estudado. Os astrônomos não sabem ainda totalmente bem como isso acontece.
Uma ideia eles tiveram quando conseguiram detectar uma magnetar sendo expulsa da Via Láctea devido ao “coice” no momento de formação de uma supernova.
Assim, retrocedendo no tempo eles chegaram à conclusão que a magnetar pode ter se formado pela interação de duas estrelas muito massivas orbitando uma ao redor da outra, num sistema binário tão compacto que poderia caber dentro da órbita da Terra ao redor do Sol.
Vocês já devem imaginar que é muito complicado detectar uma magnetar: é preciso fazer estudos detalhados em raios-X e raios-gama para poder separá-las de outros tipos de objetos.
Existem menos de 30 magnetars detectadas até ao momento e enquanto não se detecta mais, a sua origem continua sendo um mistério.
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