A Velocidade da Gravidade é igual à Velocidade da Luz

Créditos: NSF / LIGO / Sonoma State University / A. Simonnet

Quando Einstein elaborou a sua Teoria Geral da Relatividade há 100 anos atrás, ele mudou a visão que se tinha da gravidade. Para ele, a gravidade não agia de forma instantânea como Newton pensava, mas se propagava na velocidade da luz.

A velocidade da gravidade, assim como a velocidade da luz é uma das constantes fundamentais do universo.

Tudo isso até então era apenas uma hipótese, até que as ondas gravitacionais começaram a ser detectadas.

Nas primeiras detecções onde só se tinha a parte gravitacional das ondas, os pesquisadores começaram a medir com um certo grau de precisão a velocidade da gravidade.

Porém, com a detecção da GW 170817, os pesquisadores puderam medir com a maior precisão até hoje a velocidade da gravidade.
A GW 170817, além de emitir ondas gravitacionais, teve a contrapartida óptica. Assim, os pesquisadores puderam medir as duas velocidades, e comparar. O resultado é que as ondas gravitacionais, como previu Einstein há 100 anos, se propagam na velocidade da luz. O erro obtido está dentro do aceitável para essas medidas, e essa conclusão pode ser afirmada.

Essa descoberta é muito importante, já que essa medida confirmando que as ondas gravitacionais se propagam na velocidade da luz, servem como um belo teste para a teoria da relatividade.
Além disso, descartam boa parte das hipóteses propostas como alternativa para a relatividade. Muitas dessas hipóteses dizem que a velocidade da gravidade é diferente da velocidade da luz, e as medidas mostraram que isso não é verdade. Essas hipóteses alternativas tentam de alguma forma explicar a expansão do universo. Descartando-as agora com base nas medidas realizadas, a explicação mais provável para a expansão acelerada do universo é a existência da energia escura.

Fontes: Phys.org , artigo científico, artigo científico

3 comentários

  1. Bom dia gosto muito dos temas de física. No entanto eu até próporia para alguém realizar uma medição da velocidade da luz a 20.000 km do centro da Terra. Assim como o tempo passaria mais rápido neste ambiente(Normalmente satélites nessa distância precisam ajustar seus relógios), acredito que a luz percorreria uma distância maior que 300.000 km por segundo. Assim como o tempo pára em gravidades gigantescas, a velocidade da luz seria 0 nestas condições. Mas é apenas ideia de um leigo que ama estes temas.

    1. Mário, já se fazem essas medições no espaço, em órbita da Terra, e comprova-se que o tempo passa de forma diferente.

      Quanto à velocidade da luz que refere, é no vácuo: no espaço.
      A velocidade da luz na atmosfera terrestre, através da água, através de um vidro, ou através de outros elementos, é mais lenta.

      abraço

    • Manel Rosa Martins on 10/12/2017 at 18:43
    • Responder

    Parabéns por mais outro post repleto de interesse, Sérgio.

    Levantou perplexidade que houvesse um intervalo de tempo entre a detecção do GW170817 (onda Gravitacional) e o (S) GRB 170817A (Short Gamma-Ray Burst) tendo a luz chegado cerca de 1.7 Segundos após a detecção da onda imprimida no espaço-tempo.

    Mas, descontando os efeitos do atraso de Saphiro e o tempo que a fusão das estrelas de neutrões levou até consegui emitir o raio-gama de curta duração a velocidade de propagação da força gravítica e a da luz no vácuo ficam idênticas até limites muito apertados,

    O Institute of Physics do Reino Unido (IOP) publicou um artigo científico para esclarecer esta diferença.

    (…)” We use the observed time delay of (+  1.74 0.05 s ) between GRB 170817A and
    GW170817 to:

    (i) constrain the difference between the speed of gravity and the speed of light to be between -3 X 10 ^-15 and +7 X 10 ^-16 times the speed of light,

    (ii) place new bounds on the violation of Lorentz invariance, (iii) present a new test of the equivalence principle by constraining the Shapiro delay between gravitational and electromagnetic radiation. (…)

    http://iopscience.iop.org/article/10.3847/2041-8213/aa920c/pdf

    Restabelecendo assim a equivalência da propagação da Gravitação e do Electromagnetismo no vácuo.

    Por último o “c” que denota a velocidade da luz no vácuo não significa “constante” mas antes “celeris” (latim para rápido, ou célere).

    A velocidade da luz é invariante no vácuo e é sempre a mesma para qualquer observador, mas convém evitar a definição de constante porque a velocidade da luz depende do meio.

    Por norma utilitária até costumamos referir que velocidade da luz que chega pelos fios às nossas casas é ~c/2.

    Dizer constante não é uma incorrecção, mas prefiro celeris dado no nosso dia a dia experimentarmos e usarmos a luz a velocidades mito menores, apenas isso.

    Excelente é sempre o post que nos faz debater, como é o caso.

    Obrigado pela grande qualidade dos posts que publicas.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.