As ondas gravitacionais já são uma realidade.
Mas atualmente só conseguimos detectar ondas gravitacionais provenientes da fusão de buracos negros de massa estelar e da fusão de estrelas de nêutrons/neutrões.
Essa é uma limitação tecnológica.
Como fazemos para detectar as ondas gravitacionais da fusão de buracos negros supermassivos (que residem no centro das galáxias)?
Bem, da mesma forma que um efeito natural, como as lentes gravitacionais, permite que possamos exceder o limite de observações de nossos telescópios, existe um fenômeno natural que permite que possamos identificar as ondas gravitacioanais provenientes da colisão de buracos negros supermassivos.
Mas isso vai demorar um pouco ainda.
O fenômeno natural é chamado de Pulsar Timming Array.
Os pulsares são remanescentes de estrelas que morreram e que giram rapidamente emitindo pulsos muito precisos, e por isso são chamados de faróis cósmicos.
Como a emissão de rádio dos pulsares é bem precisa, um grande número deles pode ser usado para medir anomalias muito subtis, como as ondas gravitacionais.
Quando dois buracos negros supermassivos se fundirem, eles distorcem o tecido do espaço-tempo. Essa distorção desvia a posição da Terra e dos pulsares. Como esses sinais são muito marcantes e precisos, esse pequeno desvio gera um sinal detectável e característico; se usarmos uma grande quantidade de pulsares para fazer a detecção.
A diferença entre o momento em que o sinal do pulsar deveria chegar na Terra, e o momento em que ele realmente chegou, é o sinal da onda gravitacional.
Mas se é assim tão fácil, por que ainda não se detectou?
Porque parece fácil, mas não é.
Os pesquisadores estão atualmente selecionando quais seriam possíveis candidatos a buracos negros supermassivos que se fundiriam e gerariam as ondas gravitacionais.
Numa pesquisa já realizada, eles identificaram numa amostra de 5000 galáxias, 90 que teriam pares de buracos negros que poderiam se fundir.
Além disso, essa pesquisa está sendo feita num raio de 700 milhões de anos-luz, o que seria uma distância razoável para a detecção das ondas gravitacionais.
Isso junto com o desenvolvimento da metodologia e outros estudos nos leva a definir que nos próximos 10 anos, existe uma alta probabilidade de se detectar pelo menos uma onda gravitacional proveniente da colisão de buracos negros supermassivos.
Essa detecção de ondas gravitacionais proveniente de buracos negros supermassivos, poderia ajudar os astrônomos a resolveram muitas questões ainda em aberto na astronomia, como, por exemplo, a relação simbiótica dos buracos negros supermassivos e de suas galáxias hospedeiras, a evolução das galáxias e a evolução do próprio universo.
Fonte: NASA
Últimos comentários