Colisão Galática

Crédito: ESA/Hubble, NASA

Nesta imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble vemos NGC 5256, também conhecida como Markarian 266, que se encontra a cerca de 350 milhões de anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação da Ursa Maior.

Na verdade, não é uma galáxia, mas sim duas galáxias em processo de colisão.
Os núcleos das duas galáxias distam apenas 13 mil anos-luz entre si.

Como em todas as colisões galáticas, um dos efeitos é uma enorme formação estelar.

Fonte: Space Telescope

6 comentários

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    • Armando Graça on 18/12/2017 at 00:50
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    Caro Carlos Oliveira

    Já o tenho aborrecido com perguntas de ignorante… Com os meus 72 anitos cada vez percebo melhor aquele que dizia “só sei que nada sei”. Que tendência tremenda que temos para uma vaidade doentia: Acabei de escrever uma delas “cada vez percebo melhor”… Como se “perceber melhor” fosse possível a um ignorante como eu…

    Mas deixemos essas lucubrações e passemos ao que motiva este meu comentário. Se há coisa que me desconcerta é a «rapaziada» da astronomia (e isto é dito com imensa ternura), dizer algo como “os núcleos das duas galáxias distam apenas 13 mil anos-luz entre si”. APENAS 13 mil???
    Se eu tenho uma enorme dificuldade em imaginar 1 mísero ano-luz, quando será que vou compreender (e assimilar) que se venham a formar estrelas numa colisão em cujos núcleos se encontram a tal distância?

    Será que a minha previsivelmente tão curta esperança de vida me dará tempo para vir a perceber alguma coisa de coisas tão estranhas?

    É por essas e outras idênticas que acabo por «perdoar» as explicações divinatórias que se usam para tudo o que soa a “diabolicamente” misterioso… Desculpe-me estar aqui a brincar com as palavras e a «bulir» com assuntos que muitos entendem como «sacrílegos».

    Aproveito o momento e a época para endereçar a toda a equipa da ASTR@PT um ano de 2018 pleno de novas descobertas e que eu possa ter o prazer de as admirar.

    MUITO OBRIGADO!

    1. Olá Armando,

      Sabe que as distâncias entre as coisas são muito relativas…
      Se eu disser que o Armando se encontra a um metro somente do seu melhor amigo, o Armando pode pensar que é uma distância razoável, até para poderem conversar.
      No entanto, se em vez do Armando e do seu amigo, estiverem dois elefantes ou duas baleias, com uma distância entre si de apenas um metro, o que se diz é que eles estão praticamente a tocar-se.
      Mas se eu disser que nesses lugares estão duas formigas separadas por um metro, aposto que vai pensar que é uma distância já normal entre formigas.
      E se fôr entre bactérias, então um metro é uma distância já grandita.

      Todas estas comparações servem para tentar mostrar que 13 mil anos-luz, para nós, realmente é uma distância enorme.
      No entanto, entre buracos negros supermassivos, é uma distância minúscula, que faz com que estejam basicamente a tocar-se.
      Veja bem: o Sol encontra-se a 26 mil anos-luz do centro da nossa galáxia. Ou seja, a nossa estrela encontra-se a 26 mil anos-luz do buraco negro supermassivo mais próximo de nós. Esses buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia, está a 2.5 milhões de anos-luz de distância do buraco negro supermassivo no centro da galáxia de Andrómeda.

      13 mil anos-luz de distancia entre buracos negros supermassivos é, comparativamente, o mesmo que quando o Armando estende a sua mão para cumprimentar o seu amigo 😉

      Feliz Natal! 🙂

      abraços!

        • Armando Graça on 19/12/2017 at 02:43

        Carlos Oliveira

        Não sei se consigo expressar quantos agradecimentos lhe devo…
        – Pela paciência em me aturar;
        – Pelo tempo que dedica a este site que cada vez mais aprecio;
        – Pela clareza com que expõe matérias que para mim são «ultra-complicadas».

        Se não for abusador, permita-me contar-lhe um caso real, que suponho ser mais um desafio à sua facilidade em explicar o «quase inexplicável»:
        Há poucos dias fui fazer um eco-cardiograma. O especialista, simpatiquíssimo e muito comunicativo, lá me foi explicando o que se via do funcionamento do meu «músculo cardíaco» (propositadamente não o usei o termo «coração» para não entrar no campo da poesia ou do romantismo).
        A dada altura o especialista usou uma expressão que achei muito interessante. Perante o funcionamento e os ritmos das várias camadas musculares do coração que actuam segundo critérios muito complexos para que todo o conjunto seja eficaz e cumpra as suas tarefas, o cardiologista saiu-se com o seguinte comentário interessante: – Tudo isto bem podia ser mais simples!
        Ao que eu comentei: Cuidado, caro Doutor, não vá dizer isso aos crentes da infabilidade do «criador»!
        Ele deu uma saudável gargalhada, respondendo: Sabe? Tudo, na natureza, é fruto de uma evolução de milhares de milhões de anos. Não admira, por isso, que as «facilidades» não sejam uma das preocupações dessa evolução. É mais um fenómeno de adaptações sucessivas que não entram em colisão com as versões anteriores, mas que se vão adaptando às necessidades que vão ocorrendo a cada momento. Tal como uma árvore que, ao crescer, se adapta aos solo onde germinou, aos ventos dominantes e às outras variáveis que lhe vão moldando o «modus-vivendi».
        O ser humano é também assim, formidavelmente adaptável ao meio em que vive. Daí, talvez, o seu sucesso na sobrevivência da espécie.
        Saí de lá, como calculará, encantado por encontrar um espírito tão aberto e tão lúcido. E dei comigo a pensar se, ao nível do universo, não se passará exactamente o mesmo, ou seja, permanentes adaptações às mutações que, mais ou menos ao acaso, vão ocorrendo neste infindável espaço que nos rodeia.

        Termino como comecei, agradecendo a sua enorme paciência para aturar pensamentos mais ou menos loucos como os meus

        Grande abraço!

      1. “E dei comigo a pensar se, ao nível do universo, não se passará exactamente o mesmo, ou seja, permanentes adaptações às mutações que, mais ou menos ao acaso, vão ocorrendo neste infindável espaço que nos rodeia.”

        Completamente de acordo.

        Aliás, uma das coisas que digo várias vezes neste blog é que a Teoria do Big Bang – a teoria cosmológica mais aceite atualmente – é na verdade uma Teoria de Evolução.

        As pessoas pensam erradamente que é uma teoria de criação, de como o Universo se criou.
        Mas não é. A Teoria do Big Bang nada diz sobre a criação do Universo.
        Diz sim sobre como o Universo evoluiu após se formar e após passarem uns infindáveis 10^-43 segundos.

        E tudo no Universo foi evoluindo e está adaptado às condições que existem no Universo, por exemplo, a massa de partículas fundamentais, o valor da gravidade, o velocidade de C, a constante da estrutura fina (a magnitude da força eletromagnética), etc.
        Tudo está dependente disso. Incluindo nós. Se a força eletromagnética, por exemplo, fosse diferente, os nossos átomos não se tinham unido e não estaríamos aqui (no mínimo, com estas formas).
        .
        .
        Mas o que gostei mesmo foi desta citação: “Tudo isto bem podia ser mais simples!”

        Fez-me lembrar a citação de Einstein: “Tudo devia ser o mais simples possível, mas não mais simples do que isso.”

        E sobretudo pensei numa citação que não me lembro agora. Quando li o que escreveu, lembrei-me imediatamente dessa citação de alguém famoso. É algo deste género: “Se Deus me tivesse pedido, eu teria criado um Universo mais simples”.

        abraços

  1. Boa Noite!

    Nessas colisões de galáxias não ocorrem também a colisão dos buracos negros , existentes no centro de cada uma?

    Já ocorreram registros dessas colisões?

    Quais as suas consequências?

    Obrigado e parabéns pelo trabalho de divulgação científica.

    1. Sim. Ambos os buracos negros supermassivos colidem e fundem num só. O resultante buraco negro supermassivo no centro da nova galáxia será “maior”, ou melhor terá a soma da massa dos dois agora existentes… menos a massa que é expelida em ondas gravitacionais.

      O registo dessas ocorrências têm sido detetadas nos eventos de ondas gravitacionais 😉
      http://www.astropt.org/tag/ondas-gravitacionais/

      abraço

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