Viagem em 360º pelo centro da Via Láctea

Créditos: NASA/CXC/Pontifical Catholic Univ. of Chile /C.Russell et al.

O centro da Via Láctea é um lugar bem tumultuado.
É ali que vive o nosso buraco negro supermassivo, o Sagittarius A*, e é onde residem também estrelas gigantescas.
Nós estamos localizados a cerca de 26000 anos-luz de distância do centro da Via Láctea.

Como obviamente é impossível viajar até lá, para que os astrônomos possam entender o que acontece por ali, eles resolveram fazer algo muito interessante.
Geraram um vídeo em 360 graus onde você pode observar praticamente tudo que aconteceu no centro da Via Láctea.
É como se você pegasse uma câmera 360 graus e fosse até ao centro da Via Láctea.

Para fazer esse vídeo, os astrônomos usaram dados de imagens em infravermelho de 30 estrelas massivas e gigantescas que residem ali no centro da Via Láctea, estrelas que recebem o nome de Wolf-Rayet.
Essas estrelas estão numa órbita num raio de 1.5 anos-luz do centro da Via Láctea.

Foram integrados a esses dados de infravermelho, dados de raios-X obtidos pelo Chandra da NASA, com o objetivo de mostrar gás super aquecido que é expelido por essas estrelas e que ao se chocar com o gás previamente expelido produzem ondas de choques violentas na região.

Todo esse trabalho tem o objetivo de entender qual o papel dessas estrelas Wolf-Rayet no centro da Via Láctea, entender como elas se relacionam com o Sagittarius A* e assim obter mais informações sobre o nosso buraco negro supermassivo.

A imensa gravidade do Sgr A* puxa material aglomerado na sua direção, e as forças de maré esticam esse material aglomerado quando eles chegam perto do buraco negro.
O Sgr A* também impacta o ambiente ao seu redor, já que ocasionalmente ele gera jatos do seu disco de acreção e essas explosões limpam o gás produzido pelas estrelas Wol-Rayet. Essa interação gera emissões de raios-X que foram detectadas pelo Chandra. De acordo com os astrônomos, as explosões mais intensas e mais recentes devido à interação com o vento das estrelas gigantes, gera uma emissão de raios-X mais fraca.

Créditos: NASA/CXC/Pontifical Catholic Univ. of Chile /C.Russell et al.

Com todo esse estudo, os astrônomos conseguiram determinar que o Sgr A* possui explosões relativamente poderosas ocorridas nos últimos séculos. Além disso, essas explosões estão afetando a região ao redor do buraco negro e com o estudo eles puderam notar que as emissões de raios-X são fracas devido à interação com os ventos e com os gases expelidos pelas estrelas gigantes, ali localizadas.

E assim, vamos entendendo cada vez melhor o funcionamento e a evolução da nossa galáxia.

Fontes: NASA, Chandra Observatory

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