Os cientistas chineses lograram clonar 2 macacos-caranguejeiros (Macaca fasciularis). O método, melhorado em relação ao da clonagem da ovelha Dolly pelo uso de células fetais, é no entanto instável e ineficiente. No caso da famosa ovelha Dolly foram usadas células da glândula mamária.
Pode no entanto ajudar a combater doenças como o cancro em seres humanos.
Os testes em animais são necessários para a Ciência. Embora seja aceitável testar a miopia num ratinho-da-índia, fazer testes de gases de escape de automóveis em macacos e em seres humanos não o é!
Há um limite para se respeitar os animais e esse limite é ético, só que encerra a moral, e estabelecer limites bem definidos é por natureza muito difícil. Pode não ser para mim ou para o leitor, mas falo de limites consensuais, por exemplo consagrados na ONU.
Até ser na ONU é polémico, na realidade.
Confesso que esta clonagem pode ressoar como algo de bom: um modelo vivo para se estudar doenças e vencer alguns tipos de cancro é bom.
Mas também causa alguns arrepios.
Embora este método seja ineficiente, deixa no horizonte a clonagem de seres humanos.
Caso isso um dia suceda, os 2 indivíduos serão tão independentes como 2 seres humanos não clonados.
Ou seja, racionalmente a ética de boas práticas até está respeitada e seria respeitada na clonagem de Humanos.
Mas nós não somos apenas seres racionais, somos emocionais, artísticos e irracionais (como demonstra a estatística quântica nos mercados financeiros).
E se somos assim, o tema não está fechado, queremos clonar um dia seres humanos?
É uma questão de opinião, não científica.
Os macacos clonados, esses, chamam-se Zhong Zhong e Hua Hua, e foram o resultado de 79 tentativas, 77 das quais falhadas.
O estudo, publicado no jornal científico Cell, pode ser acedido aqui.
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Este posto foi corrigido em 01/02/2018 pela prestimosa revisão dos cientistas Paulo Martel e Ana Pereira, a quem agradeço a disponibilidade e a partilha de conhecimento.