Hoje, quarta-feira, dia 31 de Janeiro de 2018, acontece um eclipse total da Lua.
Não, ele não será visível no Brasil. Na verdade, para ser rigoroso, no extremo norte brasileiro, na hora em que a Lua estiver se pondo se poderá observar um pouco da parte penumbral do eclipse, aquela fase inicial em que nada muda.
Como vocês já sabem, o eclipse total da Lua acontece na fase da Lua Cheia, quando ela atravessa o cone de sombra da Terra projetado no espaço.
Mas se esse eclipse nem será visto do Brasil, por que fazer um vídeo dele?
Esse eclipse vem cercado de muitos nomes, significados, e conceitos, muitos deles difíceis de serem definidos, outros usados para talvez atrair mais público para o evento.
Vamos começar pela Super Lua.
A Lua Cheia desse dia 31 de Janeiro está sendo chamada por alguns de Super Lua, seria a segunda Super Lua de Janeiro de 2018, e a terceira na sequência.
Mas alguns discordam dessa definição. A Super Lua acontece quando a Lua Cheia ocorre perto do perigeu, ou seja, a menor distância entre a Terra e a Lua. Alguns defendem que isso só vale quando o intervalo entre a Lua Cheia e o Perigeu é menor do que 24 horas, e outros já não usam essa definição.
De qualquer modo, se for para chamar mais pessoas para olhar para o céu tudo bem, pode chamar de Super Lua. Então essa será a terceira Super Lua em sequência e a segunda no mês de Janeiro.
Só para constar: o Eclipse Total da Lua de 2015, aquele que foi visível no Brasil, aconteceu durante uma Super Lua também.
Duas Luas Cheias no mesmo mês? Sim, e é daí que vem a outra definição desse fenômeno, a chamada Lua Azul.
Também é uma definição que não é muito clara, já foi definida de várias maneiras, mas o que usamos atualmente é que quando duas Luas Cheias acontecem no mesmo mês, a segunda Lua Cheia do mês é chamada de Lua Azul.
É um fenômeno que tem sua raridade, mas não é dos mais raros. Aliás, uma das origens do termo vem de poemas e músicas, em inglês que dizem Once in a Blue Moon, ou seja, algo é tão difícil que só acontece numa Lua Azul.
A última designação desse fenômeno talvez seja a mais fácil de ser explicada.
A Lua durante o eclipse total não fica totalmente escura. Isso acontece pelo facto da atmosfera terrestre refratar a luz solar, e essa luz refratada chega até a Lua. Nessas condições, a Lua fica com uma tonalidade avermelhada, ou cor de cobre, mas a cor é difícil de sabermos exatamente pois depende da quantidade de partículas existentes na atmosfera.
Eclipses que acontecem em datas próximas a grandes erupções vulcânicas mostram uma Lua mais escura, em outras datas a Lua fica mais avermelhada, mas para dar um tom dramático, resolveu-se chamar de Lua de Sangue.
O termo tem também ligações históricas, e muitos não gostam dessa denominação.
O importante é: seja pelo facto de ser Lua Cheia, de ser Super Lua, de ser Lua Azul, de ser Lua de Sangue, ou de ser eclipse… nunca perca a oportunidade de olhar para o céu.
Para terminar, tome muito cuidado com os textos que dizem que é a primeira vez em 150 anos que acontece um eclipse total durante uma Lua Azul. Essas datas são americanizadas, ou seja, para os americanos sim. Mas isso aconteceu, por exemplo, em 1982, 1963 e voltará a acontecer em 2028. Os americanos costumam ignorar o mundo todo e pensar só neles, por isso não usam hora UTC, o sistema de medidas é próprio e por aí vai. Tomem cuidado com isso.
Alguns sites de streaming irão transmitir o eclipse.
Para o horário de Brasília, ele começa às 09:48, tem o seu máximo às 11:31, e a fase de sombra termina às 13:11.
Em Portugal, acrescentem duas horas. Mas em Portugal também não será visível.
De qualquer modo, sempre olhe para o céu, e se precisar de uma desculpa, quarta-feira, dia 31 tem um monte!
Fontes: NASA, Eclipse NASA, Earth Sky, Sky & Telescope, O que Ver no Céu – Astronomia, Time and Date
Últimos comentários