Uma gigantesca proeminência Solar

O Observatório Astronómico Nacional do Japão publicou esta incrível astro-fotografia histórica.

No dia 31 de Julho de 1991 (Tempo Universal Coordenado) um coronógrafo do Norikura Solar Observatory fotografou uma gigantesca proeminência solar. Esta começou a elevar-se a uma velocidade lenta de 30 km/s mas depois começou a acelerar gradualmente.

De seguida, transformou-se num enorme arco com uma altura de 590.000 km.

Crédito: NAOJ

Na ponta da proeminência, a fotografia captou com nitidez uma estrutura em hélix, que sugeria a existência de linhas magnéticas intricadamente complexas.

Depois, a proeminência movimentou-se ainda mais para o exterior.

Esta gigantesca erupção duma proeminência foi captada em diferentes comprimentos de onda.

Os astrónomos do Norikura Solar Observatory começaram a observar às 00:43 a.m. (quase ao “quarto para a uma” da noite) quando o nevoeiro denso desse turno se dissipou.

Nessa hora, a ponta superior da proeminência acelerou para uma velocidade de 220 km/s , e moveu-se ainda mais para o exterior.

Pensa-se que a estrutura intricada da hélix reflicta a estrutura magnética complexa do interior da proeminência.

O Norikura Solar Observatory observou este tipo de erupções proeminentes em diversas ocasiões.

Só que desta vez o fenómeno foi também observado pelo satélite “Yohkoh” (lançado em Agosto de 1991) e pelo Helio-radiómetro Nobeyama (começou a funcionar em Junho de 1992).

Foi uma observação simultânea numa das linhas de emissão do espectro do Hidrogénio, a H-alfa (que se denota por Hα), por raios-X e por ondas de Rádio.

Esta pan-Astronomia permitiu captar totalmente a fase inicial e o desenvolvimento da erupção desta proeminência.

Na base da proeminência, uma zona até aí observada na linha Hα e na das ondas de Rádio, os raios-X revelaram uma estrutura magnética em arco que lembra a letra U invertida: ∩

Esta observação histórica abriu caminho à compreensão da estrutura magnética das proeminências.

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Referências:

Huge prominence explosion observed in the Hα line and soft X-rays” Hideaki Miyazaki, in “Sixty Years of Norikura Solar Observatory”, 2009, p 66
Simultaneous observations of a prominence eruption followed by a coronal arcade formation in radio, soft X-rays, and H (alpha)” Yoichiro Hanaoka et al. 1994, PASJ, 46, 205
Our Sun Seen through the Latest Images,” Kazunari Shibata, Masamitsu Ohyama, Ayumi Asai, Hiroaki Isobe, 2011, p 93

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Fonte original: Kentaro Yaji (Solar Science Observatory, NAOJ)

Fonte secundária: Hiroko Tsuzuki e Ramsey Lundock (Public Relations Center, NAOJ).

2 comentários

    • Manel Rosa Martins on 23/02/2018 at 10:01
    • Responder

    Caro Xevious,

    Não é das maiores erupções solares, já foram registadas outras muito mais intensas.

    Teríamos as magníficas auroras boreais e austrais, como efeito principal.

    Uma erupção muito mais intensa que veio na direcção da Terra provocou auroras e um “apagão” no Canadá e na costa leste dos EUA, e interrupção dos dados dos satélites.

    No século 19 o evento de Carrington parece ter sido a mais intensa dos tempos recentes.

    A imagem é de 1991, pelo que a resolução é uma das melhores para a data. Foi a 1ª a ser também registada em raios-X, isso é o ponto essencial.

    Cumprimentos.

  1. Mas que loucura é algo muito grande mesmo.

    E se isso tudo viesse pra cima de nós?
    como uma cusparada apocalíptica!?!

    Não tem uma imagem com resolução mais alta em algum lugar?

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