Para que a vida exista num determinado lugar é preciso ter uma sopa química capaz de formar as estruturas mais básicas que conhecemos: as células.
Na Terra, as membranas celulares são compostas de cadeias moleculares conhecidas como fosfolipídeos. Essas cadeias possuem fósforo-oxigênio na cabeça e cadeias de carbono na cauda. Isso gera membranas flexíveis que na presença de água se juntam com outras e assim vão formando estruturas mais complexas.
Em outros mundos onde a vida possa existir deveria existir algo parecido, capaz de formar membranas também para que depois fossem combinadas em estruturas mais complexas.
Em Titã, por exemplo, um dos mundos no Sistema Solar onde a vida pode existir, os fosfolipídeos têm que ser substituídos por outra coisa, já que lá não existe oxigênio. Mas em Titã tem nitrogênio, carbono e hidrogênio, e esses elementos combinados poderiam formar a base de algo parecido com uma membrana celular. Esses elementos combinados formam a acrilonitrila, e essa acrilonitrila poderia ser a membrana de células em Titã.
Usando as antenas do ALMA e os dados da Cassini, os astrônomos inferiram a presença de acrilonitrila atmosférica em Titã. Os dados do ALMA mostram que a acrilonitrila está presente na atmosfera superior de Titã, a cerca de 200 km de altura. Como em Titã existe um ciclo parecido com o ciclo da água na Terra, essa acrilonitrila poderia cair na superfície de Titã. Se ela cair no chamado Ligeia Mare, um grande lago no norte de Titã, poderia haver a produção de 10 vezes mais bactérias do que as que são produzidas nos oceanos da Terra.
Embora não se tenha ainda encontrado nenhum tipo de vida produzida a partir da acrilonitrila, estudos mostram que esse composto seria um dos mais prováveis para formar membranas celulares como as observadas na Terra.
Titã realmente é um belo laboratório para se testar e estudar as possibilidades da vida se formar.
Se a vida existir em Titã, baseada no metano, ela poderia existir em praticamente qualquer lugar. Muitos planetas e satélites poderiam ser habitáveis.
Fonte: Space Reporter
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