Quinteto de Stephan e Canibalismo Galáctico

Créditos: CFHT/Coelum, Jean-Charles Cuillandre (CFHT/CEA Saclay/Obs. de Paris) & Giovanni Anselmi (Coelum)

Uma das maneiras de se entender como as galáxias evoluem é entender o processo de fusão que elas sofrem com outras galáxias.
A fusão, ou colisão entre as galáxias, foi a maneira pela qual as grandes galáxias se formaram, e é um processo que controla a vida da galáxia, já que nesse processo, novas estrelas podem se formar, pode haver um maior suprimento de gás, entre muitas outras implicações.

A tecnologia moderna nos proporciona observar de forma espetacular esse processo de fusão ou colisão entre as galáxias.

O Hubble já observou muitos pares de galáxias em fusão, mas uma de suas imagens mais icônicas relacionadas a esse tema, sem dúvida alguma é a imagem que ele fez do chamado Quinteto de Stephan: um conjunto de cinco galáxias em interação.
Esse quinteto de galáxias foi descoberto no ano de 1878 pelo astrônomo francês Édouard Stephan.
Esse conjunto de galáxias é estudado para que os astrônomos possam aprender cada vez mais sobre o processo de fusão entre elas.

Recentemente, um grande telescópio chamado CFHT, sigla para Telescópio Canadá-França-Hawaii, usou a sua super câmera de 380 megapixel, a MegaCam, e registou o quinteto de galáxias em diferentes comprimentos de onda.
E o que as imagens revelam?

A feição mais intrigante foi um halo vermelho composto de estrelas antigas centrado em uma das galáxias do grupo.
Essa detecção de estrelas vermelhas representa um tipo de interação entre galáxias conhecido como canibalismo galáctico. Nesse processo, uma galáxia maior, ou um conjunto de galáxias, devora, gravitacionalmente falando, uma galáxia menor. E a principal característica observacional desse processo é a presença de um halo de estrelas orbitando a galáxia maior ou o conjunto de galáxias.

A primeira implicação disso é que indica que o Quinteto de Stephan é mais velho do que se admitia até então, visto que até então não se tinha detectado esse halo vermelho de velhas estrelas.

O modelo de formação e evolução do quinteto de galáxias será agora revisto para ser ajustado às novas observações.

Uma implicação futura é que esse processo de canibalismo levará no final de tudo à formação de uma gigantesca galáxia elíptica.

O poderio tecnológico atualmente faz com que os astrônomos possam fazer um verdadeiro estudo de arqueologia galáctica, entendendo todo o processo evolutivo e de formação das galáxias.
Normalmente esses grandes observatórios fazem imagens de objetos interessantes do céu e de vez em quando essas imagens possuem muitas informações científicas e inéditas ali escondidas, como foi o caso dessa imagem feita do Quinteto de Stephan.

Fontes: CFHT, artigo científico

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