Buracos Negros podem transformar Exoplanetas

Crédito: M. Weiss / CfA

O que aconteceria se a Terra estivesse próxima a um buraco negro supermassivo? Será que nós sobreviveríamos? Como seriam as coisas nos planetas do Sistema Solar?

Felizmente, o buraco negro no centro da nossa galáxia está a uma distância segura: cerca de 26 mil anos-luz de distância da Terra. Assim, não nos afeta diretamente.
Mais perto da Terra temos outros buracos negros, mas esses são de massa estelar, que também não causam grande efeito.

Mas, e se um planeta existir nas imediações do centro da Via Láctea, relativamente perto de Sagittarius A*?

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores resolveu fazer esse estudo.
Estudaram o efeito da radiação de alta energia que é emanada do disco de acreção do buraco negro num planeta localizado a aproximadamente 70 anos-luz de distância do buraco negro.
O estudo mostrou que a radiação de alta energia do Sagittarius A* poderia soprar para longe uma boa parte da espessa atmosfera gasosa de um exoplaneta do tipo mini-Netuno, deixando para trás um exoplaneta que seria então uma super-Terra rochosa.

As super-Terras são um dos tipos de exoplanetas mais descobertos pelos astrônomos.
Neste caso, a sua formação seria exótica.
Para os pesquisadores, esse processo de formação, ou melhor, de transformação seria a maneira mais comum com a qual uma super-Terra se forma no centro da galáxia.

Falando de habitabilidade desses exoplanetas: alguns poderiam existir na zona habitável de suas estrelas, mas a vida ali seria complicada, devido à alta taxa de explosão de alta energia emitindo raios-gama gerados por supernovas e a própria radiação emitida pelo buraco negro que poderá erodir por completo a atmosfera de um exoplaneta acabando com a vida.

Mas, um exoplaneta ali, já que é uma região repleta de estrelas, poderia ser capturado por uma estrela, e ser retirado dali, ou poderia ser jogado em direção ao buraco negro, dependendo do tipo de perturbação que ele sofreria.

É meio contra-intuitivo, mas num ambiente tumultuado como esse, poderia favorecer um tipo de panspermia, onde a vida é passada via contato interplanetário ou interestelar.

Detectar exoplanetas no centro da Via Láctea não é uma tarefa fácil. É uma região repleta de gás, poeira e muitas estrelas, o que dificulta muito a detecção. Mas os telescópios de nova geração, como o ELT, poderiam buscar por exoplanetas nessa região: ou usando a técnica do trânsito ou utilizando o estudo da estrela e buscando por traços de elementos atmosféricos de exoplanetas.

Os astrônomos que realizaram esse estudo esperam agora a inauguração dos novos telescópios de próxima geração para tentar encontrar esses exoplanetas e estudá-los da melhor forma possível.

Fontes: Harvard Gazette, Space.com, artigo científico

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