O nascimento do universo, a expansão do universo, a evolução do universo: temas intrigantes, complicados e que geram muito debate.
Ainda mais pelo facto de medidas super precisas feitas de maneiras corretas – uma usando o que chamamos de universo primordial, e a outra usando o que chamamos de universo local – que deveriam dar o mesmo valor para a expansão do universo, dão valores muito diferentes.
E agora, para piorar tudo, o Hubble fez medidas ainda mais precisas e confirmou essa discrepância!
O problema: encontrar uma explicação para isso.
O problema que temos é o seguinte: quando se usa o observatório espacial Planck para estudar a radiação cósmica de fundo e calcular a constante de Hubble, que mede a taxa de expansão do universo, o valor é de 67 km/s/megaparsec (sendo que o limite máximo é 69 km/s/megaparsec). A outra maneira de medir a taxa de expansão do universo é usando galáxias, e quando os cientistas fazem isso, eles chegam a um valor que é de 73 km/s/megaparsec.
Ambos os métodos já foram testados inúmeras vezes, verificados e são precisos e sem erro algum!
Para piorar tudo isso, agora um grupo de pesquisadores usou o Hubble para fazer medidas ainda mais precisas de galáxias. Os pesquisadores usaram 19 galáxias e nessas 19 galáxias eles mediram a distância até as estrelas do tipo variável Cefeidas – uma verdadeira régua para o universo.
Devido às suas características, as medidas dessas estrelas são muito precisas. Foram anos medindo estrelas, analisando os dados, desenvolvendo técnicas de processamento, calibrando as medidas, ou seja, tudo que o bom manual de metodologia científica manda ser feito foi feito.
E o resultado? A discrepância se manteve!
A diferença é considerável e precisa de uma explicação.
Os pesquisadores já pensaram em algumas.
Uma delas é a energia escura, conhecida por acelerar a expansão do universo. Ela pode não ser constante, ou seja, o valor pode mudar com o passar do tempo no universo.
Outra ideia: o universo possui uma nova partícula subatômica que viaja perto da velocidade da luz. Seria algo parecido com um neutrino, mas diferente pois seria afetado somente pela gravidade.
Outra possibilidade é que a matéria escura interage mais fortemente com a matéria do que se pensa.
Qualquer uma dessas explicações levaria a inconsistências nos modelos teóricos que precisariam ser revistos, e isso levaria a inconsistências nos valores medidos para o universo próximo.
Por enquanto, o que os astrônomos podem fazer é diminuir as diferenças usando as armas que têm.
Por exemplo, a missão GAIA é uma nova tentativa que vai começar a ser feita: usar os dados da missão GAIA que mede com precisão incrível a distância até estrelas distantes e com isso alimentar os modelos para tentar diminuir as diferenças, até que elas caiam para um valor aceitável de erro.
Essa medida mais precisa pode também ajudar a saber onde está essa diferença.
Fontes: NASA, artigo científico
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