Time Lapse (Lapso do Tempo / Lapso Temporal) é um filme que lida com viagens no tempo, sem os seus protagonistas viajarem no tempo.
Três jovens colegas que vivem no mesmo apartamento, descobrem o cadáver de um vizinho que é cientista.
Ao inspecionarem a sua casa, eles descobrem uma máquina que fotografa os locais com 24 horas de antecedência. Ou seja, a foto que sai na máquina, não é da forma como está agora o local mas sim como ele estará 24 horas depois. É uma máquina fotográfica que tira fotografias do futuro. Assim, eles conseguem ver um vislumbre do futuro.
Eles usam essas fotos para enviarem mensagens para si próprios no passado e assim tirarem benefícios pessoais dessa situação (ficarem ricos).
Mais do que ficção científica, este é um filme de suspense.
Nós estamos sempre em suspense, curiosos em relação ao que estará na próxima fotografia.
Uma curiosidade: o filme passasse quase sempre no mesmo sítio.
A premissa do filme é simples: o que faríamos se pudéssemos enviar uma mensagem para nós próprios no passado?
E quais seriam as consequências de podermos prever o futuro?
O filme lida com inúmeros paradoxos.
Por exemplo, no dia 4 Jasper não sabe os resultados dos jogos. Mas no dia seguinte já sabe. Assim, no dia 5, coloca numa folha de papel os resultados dos jogos. A máquina tira a foto. E por isso, o Jasper de dia 4 ao ver a foto, sabe os resultados dos jogos do dia seguinte.
Da mesma forma, no dia 4 Finn tem um bloqueio mental e não sabe o que pintar. Mas no dia 5, a máquina tira uma foto em que aparece a tela com o que Finn desenhou/pintou. Finn vê a foto no dia 4, e já sabe o que irá pintar (deixa de ter bloqueio mental).
Claro que isto levanta muitas questões.
Por exemplo: de onde veio a ideia da pintura de Finn? Foi ele que teve essa ideia? O primeiro Finn de dia 4 não sabia o que pintar. O segundo Finn de dia 4 já sabia o que pintar, porque viu o desenho na fotografia. Assim, quem foi o autor da ideia? De onde surgiu a ideia do desenho?
Tal como nos filmes Back To the Future, como o futuro é mudado, o que acontece é que são criadas novas linhas temporais. Neste caso, a realidade passa a ser o Finn sem bloqueio mental sobre o que pintar. O Finn de dia 4 com bloqueio mental deixa de existir.
O filme tem uma premissa muito interessante. E torna-se bastante bom em termos de suspense.
Mas não consegui gostar dele como um todo. Achei que o filme é muito confuso.
Além disso, os personagens são muito pouco explorados, o que nos deixa “desligados” deles. Não existe empatia com eles.
Provavelmente, uma das mensagens socialmente mais importantes do filme é que o beber em excesso e o consumo de drogas faz com que as pessoas fiquem paranoicas e não pensem claramente nas consequências das suas ações.
O que me pareceu mais interessante foram as discussões sobre determinismo (falta de livre arbítrio).
As personagens acreditavam que o seu destino já estava traçado, e se não fizessem exatamente o que aparecia nas fotos, eles próprios morreriam. A continuidade tinha que ser preservada.
Isto teve uma consequência nas suas vidas: eles pensavam que estavam a usar a máquina, mas a máquina é que os estava a usar a eles, já que as suas vidas ficaram completamente dependentes da máquina. Eles queriam controlar o futuro, mas são controlados por ele. Eles tornaram-se prisioneiros do seu próprio futuro.
O final também tem um twist muito interessante. É um dos pontos positivos do filme. Se bem que as explicações de Callie que levam a esse final, são bastante confusas.
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