A formação do Chury

Crédito: ESA/Rosetta/Navcam

Desde que a sonda Rosetta chegou perto do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, carinhosamente chamado de Chury, algo intrigou os cientistas: o cometa não era redondo. Ele possuía dois lóbulos bem distintos.
A partir de então, os astrônomos começaram a pensar em como esse cometa pode ter se formado e se isso é comum nos confins do Sistema Solar.

Para esse tipo de cometa eles deram o nome de multi-lobado e para o modelo eles deram o nome de teoria da fusão de cometas.
Basicamente, cometas como o Chury são formados pela fusão de dois corpos, fusão essa ocorrida nos confins do Sistema Solar. Daí essa aparência do objeto.

O problema é que esse modelo tinha muitas perguntas sem resposta: como os elementos voláteis foram retidos no cometa, como os dois objetos não foram totalmente destruídos, como o cometa tem sobrevivido por tanto tempo, etc.

Para responder a essas perguntas, um grupo de astrônomos rodou simulações computacionais e chegou a respostas satisfatórias para todas elas, fechando assim uma teoria para formação desse tipo de objeto multi-lobado.

As simulações mostraram que quando dois cometas se chocam numa colisão destrutiva, somente uma pequena porção do material é pulverizado e reduzido a poeira.
Nos lados dos cometas opostos ao ponto de impacto, os materiais ricos em voláteis resistem à colisão. Eles são ejetados para o espaço a baixa velocidade, formam corpos menores que com o passar do tempo se acumulam e formam um corpo maior. O tempo no caso do Chury é de alguns dias ou poucas horas.
Isso explica porque apresentam múltiplos lobos, porque mantém a taxa de voláteis e porque mantém a baixa densidade.

Outro resultado interessante é que o cometa se formou no Cinturão de Kuiper.
Mas ele não se formou no começo do sistema solar. Pode ter se formado a qualquer momento. Os buracos, as estratificações indicam isso.
Mas isso não tem problema, porque como o material não se alterou, eles continuam sendo testemunhas do momento de formação do sistema solar.

Aparentemente um dos mistérios do sistema solar começa a ser desvendado.

Fontes: Phys.org, Universe Today

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