Uma maneira de se estudar a formação planetária, é observar os chamados discos protoplanetários.
Esses discos de poeira se formam ao redor das estrelas e é neles que a magia acontece: colisões, aglutinações, até à formação dos planetesimais e posteriormente dos planetas.
Esses discos sempre foram teorizados, mas foi só em 1983, com o chamado Satélite Astronômico de Infravermelho da NASA, a primeira geração de observatórios espaciais, que eles foram detectados pela primeira vez.
O primeiro disco protoplanetário foi fotografado ao redor da estrela Beta Pictoris.
Depois, com o lançamento do Hubble, na década de 1990, cerca de mais de 40 desses sistemas foram detectados, boa parte deles pelo Hubble.
O ALMA também observa esses discos, de maneira diferente, mas também já descobriu muitas especificidades sobre esses discos.
O Hubble observa diretamente, pois tem a capacidade de bloquear o brilho da estrela e assim estudar os seus arredores.
E foi assim que recentemente o Hubble estudou uma estrela chamada HR 4796A, uma estrela jovem com cerca de 8 milhões de anos.
Ao redor dessa estrela, o Hubble descobriu uma estrutura gigantesca, empoeirada, com cerca de 240 bilhões de km de diâmetro.
Provavelmente esse campo de detritos foi criado a partir de colisões entre planetas em desenvolvimento, perto da estrela, e pode ser evidenciado por um disco de detritos observado a 11 bilhões de km da estrela.
A estrutura de poeira é mais extensa numa direção do que na outra e isso acontece devido ao movimento da estrela.
Ao estudar a distribuição da poeira ao redor da estrela, os astrônomos podem contar boa parte da história da formação de planetas, além de entender toda a dinâmica do processo, as forças envolvidas no ambiente ao redor da estrela e os efeitos da radiação estelar no disco de poeira.
Resumindo, o estudo dessas estruturas é uma rica fonte de informação para os astrônomos sobre a origem e a evolução de sistemas planetários.
Fontes: Hubblesite, artigo científico
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