Novo modelo para a formação dos oceanos em Marte

O antigo oceano chamado Arabia (esquerda, azul) seria assim quando se formou há 4 bilhões de anos, enquanto o oceano Deuteronilus há 3.6 bilhões de anos tinha uma costa litoral (linha costeira) menor.
Ambos coexistiram com a massiva província vulcânica de Tharsis, localizada na parte não-visível do planeta vermelho, que pode ter ajudado a manter a água líquida na superfície.
Crédito: Robert Citron images, UC Berkeley

A história do planeta Marte é um tema que intriga muitos pesquisadores, principalmente os geofísicos planetários.
Muitos dizem que Marte teve um oceano no seu passado, mas a falta de uma explicação consistente fez com que essa existência fosse duvidada por uma grande corrente de pesquisadores.

Que a água já existiu em Marte quase todos concordam, mas: como ela surgiu? Qual era a quantidade? Eram oceanos globais? etc… sempre foram questões de debate.

Para tentar resolver parte dessas questões, uma nova ideia sobre os oceanos de Marte foi publicada na revista Nature Astronomy.

Esse novo modelo propõe que os oceanos de Marte se formaram antes ou ao mesmo tempo que a sua província vulcânica mais importante e maior: a chamada Tharsis.
Tharsis é a província vulcânica de Marte onde estão localizados os maiores vulcões do Sistema Solar, incluindo o Monte Olympus.
Como a província vulcânica era menor, não tinha uma grande deformação crustal, de modo que os oceanos eram mais rasos e deviam ter metade da água que se pensava até então.

Os oceanos devem ter se formado antes. Então quando Tharsis se formou, os vulcões jogaram gases na atmosfera que criaram um efeito estufa em Marte, permitindo que a água pudesse existir na superfície de Marte.

As erupções vulcânicas criaram também canais que permitiram que a água subterrânea atingisse a superfície e preenchesse as planícies do norte do planeta.

Esse modelo ajuda a explicar uma inconsistência sempre levantada por aqueles que não defendiam a existência de um oceano em Marte: a questão da linha de costa em Marte ser irregular, variando de até 1 km de altura e não seguindo uma linha equipotencial como na Terra, por exemplo.
Isso é explicado pelo facto dos vulcões ao surgirem terem deformado a linha de costa existente, explicando assim a sua irregularidade.

A missão InSight, que é uma missão geofísica que irá explorar Marte, poderá ajudar os geofísicos planetários a decidir se esse novo modelo proposto para surgimento da água em Marte é viável.
Ao estudar o planeta termicamente, será possível encontrar anomalias de temperatura e outras anomalias que farão com que os pesquisadores possam entender melhor o passado de Marte.

Fonte: Phys.org

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