O ambiente das galáxias, os arredores das galáxias, não são simples de entender.
A Via Láctea, é rodeada por cerca de 50 galáxias menores, chamadas de galáxias satélites.
Duas delas se destacam: a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães.
Quando se faz imagem do plano central da Via Láctea em determinados comprimentos de onda, é possível ver estruturas que parecem ligar as galáxias satélites com a Via Láctea.
Em 2013, os astrônomos identificaram o chamado Magellanic Stream, mas quando você observa ele, esse fluxo de gás está passando por fora do plano central da Via Láctea.
Porém, existe outro fluxo de gás que parece estar ligando as galáxias. Esse outro fluxo de gás é chamado de Leading Arm. O Leading Arm, ao contrário do Magellanic Stream, cruza o plano central da Via Láctea.
Porém, existe uma grande dúvida: nessas interações entre as galáxias satélites e a Via Láctea, qual das duas Nuvens de Magalhães está empurrando esse gás na direção da Via Láctea?
A única maneira de estudar esse fluxo de gás do Leading Arma era usando o Hubble, e assim foi feito.
Os astrônomos usaram a sensibilidade do telescópio espacial Hubble e a luz proveniente de sete quasares. Assim eles puderem ver como o gás filtrava a luz desses quasares, e integrando os dados do Hubble com os da Antena de Green Bank, os astrônomos puderam calcular a composição e a velocidade com a qual o gás está se movimentando. Com todas essas informações, eles puderam concluir que a galáxia satélite culpada por isso, é a Grande Nuvem de Magalhães.
Agora vem a pergunta: para que isso serve?
Os astrônomos pretendem entender como as galáxias evoluem – isso está intimamente ligado à evolução do universo. Uma etapa fundamental nessa evolução é o processo de formação de estrelas. Para formar mais estrelas, as galáxias precisam de gás e poeira. São esses jatos, essas interações entre galáxias grandes e galáxias satélites, que faz com que o processo de formação de estrelas continue a existir.
Isso, os astrônomos sabem fazendo simulações computacionais. Agora eles são capazes de observar esse fenômeno acontecer, e assim testar seus modelos e suas teorias sobre esse processo.
É o Hubble, ainda mostrando porque é uma das ferramentas mais importantes da astronomia moderna.
Fontes: NASA, artigo científico
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