Os buracos negros podem ser classificados de acordo com várias de suas propriedades.
Talvez uma das classificações mais básicas seja em relação à massa: supermassivos, de massa intermediária e de massa estelar. Se bem que ultimamente já surgiram os ultramassivos e também os primordiais.
Os buracos negros supermassivos localizam-se no centro da maior parte das grandes galáxias do universo, e existe uma teoria que no centro dessas galáxias além do buraco negro supermassivo existem dezenas de milhares de buracos negros de massa estelar.
Mas no caso da Via Láctea, sempre se procurou por esses buracos negros sem sucesso.
Em toda a Via Láctea, os astrônomos até hoje só haviam identificado cerca de 50 buracos negros.
O halo ao redor dos buracos negros supermassivos é um lugar ideal devido à quantidade de poeira e gás para o surgimento de estrelas gigantescas, estrelas essas que podem terminar a sua vida como buracos de massa estelar.
Então onde estão todos os buracos negros que deveriam estar ali?
Os pesquisadores começaram a caçada dos milhares de buracos negros de massa estelar no centro da Via Láctea.
Eles primeiro procuraram da maneira tradicional: por intensas emissões de raios-X que são libertadas quando um buraco negro se alimenta, engolindo uma estrela, ou algo do tipo.
Mas eles não acharam nada e perceberam então que deveriam procurar por emissões mais fracas de raios-X. Mas se as emissões são mais fracas, elas também são difíceis de serem detectadas. Porém, quando um buraco negro se junta com uma estrela de baixa massa, formando um sistema binário, esse casamento emite raios-X com uma assinatura única. Então bastou os pesquisadores construírem um código computacional que conseguisse encontrar essa assinatura em dados obtidos, por exemplo, pelo Chandra.
E foi exatamente isso que eles fizeram: vasculharam os dados de arquivos do Chandra, numa distância de 12 anos-luz do Sgr A*
Descobriram entre 300 a 500 buracos negros binários, ou seja, fazendo par com uma estrela de baixa massa, e cerca de 10000 buracos negros isolados nas imediações do buraco negro central da Via Láctea.
Com isso eles conseguiram comprovar o que a teoria de décadas indicava.
Além disso, isso representa um avanço na pesquisa por ondas gravitacionais, pois com uma quantidade dessas de buracos negros de massa estelar empacotados num raio pequeno a chance de colisão é muito maior e assim agora pode-se até prever de onde vêm as ondas gravitacionais.
Fontes: Phys.org, Sky & Telescope, artigo científico
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