O filme Black Panther conta a história de T’Challa, o novo rei de Wakanda: uma nação africana isolada e tecnologicamente avançada.
Ele é testado como rei e confrontado por um outro candidato ao trono.
Gostei bastante do filme. É um facto.
No entanto, não entendo os enormes elogios descrevendo-o como o melhor filme do século sobre super-heróis.
É realmente um filme excelente. Mas as críticas pareceram-me demasiado exacerbadas.
Provavelmente isto deve-se à publicidade vinda dos EUA, onde este filme teve um imenso impacto social, sobretudo na comunidade de descendência africana.
O filme comporta uma forte identidade racial.
Junto a isto uma intensa componente feminista: as mulheres do filme são bastante fortes, inteligentes e éticas, como se vê pelas guerreiras e pela cientista.
Estes dois fatores, sobretudo o primeiro, dão ao filme uma acentuada aura cultural que fazem com que o filme extravase os méritos que já tem.
Por fim, adorei as imagens aéreas da natureza.
As filmagens feitas na África do Sul, Uganda, Zambia, Argentina, etc, são espetaculares.
As Iguazu Falls, na Argentina, onde foram filmadas as apelidadas “Warrior Falls”, são belíssimas.
O filme começa como vários outros filmes e séries de super-herois: um meteorito cai na Terra e “por magia” faz com que os humanos que entrem em contacto com ele passem a ter super-poderes.
Ou seja, neste aspeto, é demasiado banal e “batido”.
A diferença neste filme é que além de providenciar poderes biológicos, o material do meteorito – Vibranium – também permite desenvolver toda a tecnologia avançada que Wakanda detém.
E por tecnologia, entende-se desde a indústria militar até à indústria médica!
Mesmo tecnologia que aparentemente nada tem a ver com o material do meteorito, como hologramas, é desenvolvida mais rapidamente em Wakanda que no resto do mundo.
O filme responde à pergunta: donde vêm os UFOs?
Afinal os UFOs são feitos por humanos, já que são tecnologia construída em Wakanda.
Não entendo o campo de forças ao redor de Wakanda.
Supostamente, ele tornaria Wakanda invisível ao resto dos países do mundo. Ou seja, ninguém sabe que Wakanda existe.
Mas sendo um campo de forças, isso quer dizer que é feito de energia. Essa energia seria facilmente medível a partir do espaço pelas várias nações que detém satélites.
Devido a todo o desenvolvimento tecnológico, Wakanda é a nação mais avançada do mundo. Apesar de ninguém saber que ela existe.
No entanto, no final do filme, incluindo nos post-credits, é sugerido que irá existir uma sequela onde Wakanda se abre ao exterior partilhando todo o seu conhecimento (tecnológico e médico) com os outros países no mundo.
Ora, isto não faz qualquer sentido. Em momento nenhum na Humanidade, um país no poder decidiu partilhar todos os seus segredos com outros, sabendo que esse conhecimento poderia ser utilizado para o mal e até contra si próprio. Obviamente que é isso que vai ser visto na sequela. Porque é de uma tremenda irresponsabilidade “vomitar” naves voadoras e super-poderes individuais repentinamente para todo o mundo, sendo que se sabe que eticamente vai existir muita gente a utilizar essa tecnologia para o mal.
2 comentários
Acho que os nossos amigos brasileiros não vão gostar muito da expressão “Iguazu Falls”.
Com “Cataratas do Iguaçu” (no Brasil) ficariam certamente mais satisfeitos.
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É capaz de ter razão 🙂
Mas, sendo as cenas do filme na parte Argentina, não seria melhor colocar Cataratas del Iguazú? 😀