O Telescópio Espacial Hubble não é um instrumento usado para descobrir exoplanetas. Mas a quantidade de descobertas que o Hubble já fez sobre exoplanetas é surpreendente.
Devido ao facto de estar fora da atmosfera terrestre e possuir poderosos equipamentos como espectrógrafos, o Hubble é um instrumento muito importante para estudar a atmosfera de exoplanetas.
Quando um planeta passa na frente de uma estrela, parte da luz da estrela passa pela sua atmosfera. Quando essa luz, filtrada pela atmosfera do planeta, chega até ao Hubble, é possível descobrir os elementos químicos que constituem essa atmosfera.
Desta vez, o Hubble descobriu pela primeira vez hélio na atmosfera de um exoplaneta!
E se isso já não bastasse, a detecção aconteceu no infravermelho.
O exoplaneta estudado foi o Wasp-107b, um dos planetas com menor densidade que se conhece, localizado a 200 anos-luz de distância da Terra e que dá uma volta ao redor da sua estrela a cada 6 dias.
A quantidade de hélio detectada na atmosfera do Wasp-107b é tão grande, que sua atmosfera superior se estende por dezenas de milhares de quilômetros no espaço.
Devido à extensão da sua atmosfera, o planeta perde uma significativa quantidade de gases atmosféricos para o espaço: entre 0.1 e 4% da massa total de sua atmosfera, a cada bilhão de anos.
É também a primeira vez que uma atmosfera estendida é identificada no infravermelho!
No ano 2000, os pesquisadores de exoplanetas já haviam previsto que o hélio poderia ser o gás mais proeminente, mas só agora essa descoberta foi confirmada com sucesso.
O hélio é o segundo elemento mais abundante no universo e ele é o principal constituinte de planetas como Júpiter e Saturno no nosso Sistema Solar.
Essa descoberta mostra a habilidade do Hubble em usar o espectro no infravermelho para estudar a atmosfera estendida de exoplanetas.
Com a técnica desenvolvida e a metodologia definida, os pesquisadores poderão usar no futuro o James Webb para fazer esse tipo de estudo.
Fonte: Space Telescope
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