A imagem que se segue, obtida com base em dados da segunda versão do catálogo da missão Gaia (Gaia DR2), é simplesmente extraordinária. Os cientistas criaram-na a partir de medições do movimento próprio (ao longo da perpendicular à linha de visão com a Terra) de milhões de estrelas individuais na Grande Nuvem de Magalhães. Cada estrela foi substituída na imagem por um segmento de recta com origem na sua posição e com comprimento proporcional à amplitude do movimento próprio e a mesma direcção. O resultado é uma representação dramática do movimento de rotação, no sentido dos ponteiros do relógio, das estrelas em torno do centro gravitacional da galáxia, um pouco acima e à esquerda do centro da imagem.
Situada a cerca de 165 mil anos-luz, a Grande Nuvem de Magalhães é uma galáxia pequena, com uma massa de apenas 10 mil milhões de sóis (1 décimo da massa da Via Láctea). Apesar disso, nela a formação de estrelas é 5 vezes mais vigorosa do que na nossa galáxia. Esta actividade frenética de formação estelar é denunciada pela presença de dezenas de super-enxames de estrelas e de nebulosas de emissão, incluindo a famosa Nebulosa da Tarântula, visível a olho nu a partir da Terra e a maior maternidade estelar no Grupo Local. A mais brilhante supernova dos últimos 4 séculos foi observada nesta galáxia em 1987 e o seu remanescente permanece um dos objectos mais estudados da esfera celeste.
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