As estrelas nascem nas grandes nuvens de poeira e gás que existem pelo universo. São as chamadas nuvens moleculares.
Mas o que acontece dentro dessas nuvens?
O que determina, por exemplo, o número de estrelas formadas? E o tipo de estrela que será formada? E como um sistema planetário se forma dentro de uma nuvem dessas? E como esse sistema emerge dessa nuvem?
Essas são questões ainda em aberto na astronomia.
Se os astrônomos continuarem observando essas nuvens em somente 2 dimensões, eles jamais irão entender o que acontece dentro delas.
Para melhor entenderem, é preciso conhecer essas nuvens moleculares em 3 dimensões.
Óbvio que isso é praticamente impossível, mas os astrônomos arrumaram um jeito de contornar esse problema.
Eles descobriram nas nuvens moleculares uma estrutura chamada de estrias, que se formam graças a ondas que atravessam a nuvem molecular.
E através dessas estrias, os astrônomos podem construir uma visão tridimensional de uma nuvem molecular e assim resolver algumas questões.
Para testar isso, eles escolheram uma nuvem molecular conhecida como Musca, que fica no céu do hemisfério sul, perto do Cruzeiro do Sul e que quando observada da Terra, parece um cilindro no céu.
Essa nuvem molecular está circundada por estrias produzidas por ondas de gás e poeira que foram causadas pela vibração da nuvem.
Essas ondas podem ser usadas para identificar as bordas da nuvem molecular.
Aplicando isso e calculando as frequências vistas nas observações da Musca é possível medir pela primeira vez a terceira dimensão da nuvem, além do nosso plano de visão.
Os resultados foram incríveis!
Os astrônomos mostraram que, apesar de a partir da Terra, a Nebulosa da Musca parecer um cilindro, existe uma dimensão escondida que só agora foi revelada: ela é como se fosse um paralelepípedo espacial.
Crédito: Aris Tritsis
A Musca não está formando estrelas atualmente, mas esse conceito aprendido na Musca pode ser aplicado agora a outras nuvens moleculares e essa aplicação pode ser usada para restringir os modelos de formação de estrelas.
Essa é uma área muito interessante da astronomia, uma área de sismologia magnética aplicada a nuvens de gás.
Cada dia, chegamos mais perto para entender por completo o processo de formação de estrelas.
Fonte: Phys.org
1 comentário
A gravidade certamente é a ferramenta principal.