As rochas na Terra preservam registos de um grande número de processos pelo qual o nosso planeta passa: evolução, extinção, catástrofes, mudanças climáticas, e até mesmo configurações planetárias.
Existe no nosso planeta os chamados Ciclos de Milankovitch.
Um deles é a cada 23 mil anos, que é uma variação da Terra no seu próprio eixo (ligado à Precessão).
Existe o ciclo de 41 mil anos, relacionado à inclinação do eixo da Terra.
Existe o clico de 100 mil anos, relacionado com a excentricidade orbital.
Todos esses ciclos estão estabelecidos com base em registos sedimentares e em estudos glaciológicos.
Porém, em teoria, existe um outro ciclo: o ciclo de 405 mil anos.
Esse faz com que a órbita da Terra se altere graças à atração gravitacional de Júpiter e Vênus.
Se todos os outros ciclos estão registados nas rochas, esse também deveria estar.
Mas até agora nenhuma evidência tinha sido achada sobre o ciclo de 405 mil.
Agora foi encontrada essa evidência.
Esses ciclos alteram muito o clima da Terra, e essas alterações ficam marcadas nas rochas.
Um grupo de geólogos estudando a Bacia Newark encontrou em rochas sedimentares, ciclos de mudanças climáticas que se ajustam perfeitamente com o ciclo de 405 mil anos previsto pelos modelos astronômicos.
Além disso, essa descoberta também confirma a estabilidade desse ciclo nos últimos 215 milhões de anos.
Isso é algo inédito: pela primeira vez na história se tem uma evidência concreta desse ciclo de 405 mil anos.
Com isso, os astrônomos podem agora melhor modelar o movimento e a posição dos astros.
Outra aplicação importante: quando os astrônomos rodam seus modelos, os modelos falham em 50 milhões de anos. Agora, com essa descoberta, eles terão os limites inferior e superior e poderão rodar seus modelos sem problemas por 200 milhões de anos.
Esse trabalho é muito interessante, pois ele mostra como o registo geológico pode ser um mundo novo de dados empíricos que permite testar a teoria de larga escala do sistema solar.
Fonte: Earth Magazine
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